Viena pra me conquistar

Hallo, todo mundo!

Mais um dia na linda Vienna. Linda mesmo! Se ontem eu já tinha amado tudo o que vi - incluindo a ida furada ao balé - hoje a capital austríaca me conquistou de vez.

Acordei por volta das 8 horas, tomei café e descobri que o passeio de bicicleta que eu queria fazer não acontece às quartas. Foi aí que me dei conta do quanto eu estou relaxada - eu não tinha ideia de que dia era hoja! E pra minha surpresa... sim, é quarta. Como o passeio babou, resolvi aplicar meu método de sair por aí sem nada deifinido.

Resolvi ir ao Museumsquartier (Quarteirão de Museus), que é uma área gigante que abriga vários museus. É o oitavo maior espaço de arte do mundo! Hoje eu não tava muito pra antiguidade, então passei direto :P Mas olhem só como ele é lindão!

Atravessando a rua, encontrei o Museu de História Natural. Fiquei tentadérrima a entrar, mas quando vi o formigueiro de crianças na fila pra comprar o ingresso, achei que não seria uma boa ideia :) Do outro lado, num prédio gêmeo, fica o Museu de História da Arte. Juro que se eu tivesse mais dias passaria por todos eles, mas eu queria ver mais de Viena do que obras em paredes, né? O Naturhistorisches e o Kunsthistorisches ficam separados pela Maria Theresien Platz.

Quando tava tirando as últimas fotos, comecei a ouvir um som lindo! Era música clássica. Fui seguindo meus ouvidos até chegar à Hendelplatz - uma praça que fica de frente pro Hofburg, o palácio imperial até 1918, e onde hoje é a casa do presidente (Dr. Heinz Fischer). E o que estava acontecendo lá? Nada demais... somente a Orquesta de Viena dando um concerto de graça! Quase não acreditei na minha sorte. Mesmo não sendo a fã número 1, sentei lá e fiquei babando um pouco. Perfeito!

Continuei a andança, sem mapa nem nada, e acabei vendo um montão de lugares lindos!

Esse é o Parlamento!

Mais uma das 903842908420 igrejas em obras...
só deu pra tirar foto da torre! :P

Mas aí eu comecei a achar que tava faltando mais ação no meu passeio. E é claro que eu peguei uma bicicleta! Aqui eles têm um sistema pelo qual você consegue usar pedalar por até uma hora sem pagar nada. Usei todos os meus 59 minutos borboletando por aí. Ah, gente, foi legal demais! Claro que não tenho foto - tava ocupada demais pedalando. Fui me afastando daquela área de beleza imperial e cheguei num bairro super diferente. De longe, o cheiro do curry já denunciava que era um bairro asiático. Aí a barriga roncou profundamente, e eu tratei de procurar um posto de devolução da bicicleta. E o destino me levou até...

Não foi minha culpa, gente! Tava lá, olhando pra mim! Como eu ia dizer não? Pelo menos comi um wrap que nunca vi em outro lugar - e no menu dizia que a receita era original da Áustria! Vai dizer que isso não é coisa típica?! Delícia!

As almas gordinhas vão me entender: sal puxa doce. Comer sem sobremesa não dá! E era a oportunidade perfeita! Desde criança, eu me acostumei a associar Viena a sorvete. É que eu e minha família costumávamos ir a uma cafeteria com esse nome, e no cardápio eles tinham taças maravilhosas de sorvete! E saindo do Mc Donald's, não é que tinha uma sorveteria logo do outro lado da calçada?! Ah, destino lindo!!!

Enquanto esperava o sorvete, dei uma olhada no cartão postal que tinha comprado, e uma foto me interessou muito. Acabei descobrindo que era o Kunst Haus Wien - museu do artista plástico Friedensreich Hundertwasser. É claro que eu nunca tinha ouvido falar nesse cara, né, minha gente? Mas a fachada que a foto do postal exibia me atraiu de cara. E fui bater lá!

Que coisa linda! Pena que não pode tirar foto por dentro... mas as obras do cara são impressionantes! E a construção, além de cheia de flores e pequenas fontes de água, tem o piso em ondas! Segundo Hundertwasser, as linhas retas nos impedem de usar plenamente nossa capacidade de sentir. Precisamos de curvas :)

Saindo de lá, resolvi voltar pra casa pedalando. Fui de metrô até uma estação onde eu sabia que tinha ponto de aluguel de bicicleta e fiquei toda boba quando, depois de uns 20 minutos, eu não tinha me perdido. Tudo bem que quase atropelei um ônibus (não foi o contrário, porque eu tava toda errada!), mas pelo menos cheguei. É isso que importa, né? Que alegriaaa!!!

Bom, depois da experiência no balé ontem, eu naturalmente rejeitaria toda e qualquer programação relacionada a isso. Mas resolvi dar mais uma chance à arte, e tentar comprar ingressos pra assistir a uma Ópera no Staatsoper Wien - mais tradicional impossível. Na hora daquele bom e velho lanchinho antes do espetáculo, resolvi fazer diferente de ontem. Em vez de tentar algo tão chique quanto minha programação, fui no quiosque da esquina e pedi algo que não tinha como não estar bom: linguiça. Além de estar deliciosamente bom, a würstel, como eles chamam aqui, é a comida do dia-a-dia dos austríacos.

Além disso tava rolando uma música ao vivo linda de morrer. Meu bom humor tava nas nuvens!

E ficou tudo melhor quando eu entrei na Staatsoper. Que coisa linda! E diferente do teatro de ontem, hoje eu estava numa localização ótima. Nesse teatro, eles vendem ingressos pra quem vai ficar de pé lá atrás (a galera "rica", como esta que vos fala) por 3 e 4 euros! Maravilha, né? Além de conseguir ver tudo, estava ao lado de um broto intergaláctico!!! Que presente! Ah, e a ópera era a La Traviata, de 1853. Ela é uma obra italiana e está entre as mais famosas do mundo, e eu realmente não sabia que estaria sendo apresentada hoje. Que felicidade :)

E aqui estou no albergue, me sentindo um purê de batatas de tão cansada. Viena vai deixar saudade... Amanhã já tem destino novo! Alguém arrisca qual é? 

Beijos!