quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Tia integral

Hello, todos!

Hoje o post é internacionalíssimo, diretamente da Suíça! Essa é a terceira vez que venho aqui (primeira em 2008, depois em 2010), e a sensação é sempre a mesma: este  é o meu lugar preferido no mundo inteiro. Como se não não bastasse a beleza do país, foi aqui que eu tive algumas das experiências mais marcantes da minha vida, e é aqui que moram algumas das pessoas que mais amo na vida. Me sinto em casa quando estou na Suíça.

Depois vou fazer um post contando os detalhes da viagem em si (deslocamento, voo, bagagem e burocracias), porque acho que pode ajudar quem ta pensando em viajar durante o intercâmbio. Mas por enquanto, nada de postagens longas e muito explicadas. E tenho certeza que vocês vão me entender depois que virem as fotos.

É que além de estar revendo minha irmã, meu irmão mais velho, minha cunhada e duas das minhas melhores amigas, daqui até sábado eu sou integralmente tia, tentando recuperar o tempo perdido e dar uma anestesiada na saudade dos sobrinhos mais lindos do mundo...

Vou passando aos poucos aqui essa semana. Por enquanto, vocês ficam com as fotos de uma das melhores tardes dos últimos tempos, acompanhada dos meus esquimós Heitor e Sofia me ensinando a brincar na neve, além dos muitos paparicos a Danilo - o mais novo integrante da família.

Beijos!









domingo, 24 de fevereiro de 2013

Pessoas invisíveis

Oi, gente!

Olha, já sei que to errada, deveria ter postado ontem e tal... Mas cheguei em casa muito tarde e podre de cansada. Mas acabou sendo bom assim, porque meu dia foi lindamente maravilhoso, e eu to doida pra contar!

Hoje comecei definitivamente na equipe de Produção Audiovisual da Hillsong. Basicamente, os integrantes se dividem nas tarefas de câmera, iluminação, sonoplastia, switcher e projeção. Eu tinha uma preferência, mas estaria aberta a fazer o que me pedissem, por isso nem disse pra ninguém. No meio dessa semana recebi uma mensagem do diretor da equipe dizendo que eu vou ficar... tcharaaam... na câmeraaaa! Do jeito que eu queria \o/ Ai, como eu fiquei feliz! Além de ser algo com o qual já trabalhei um pouco, é sem dúvida o ítem que eu mais gostei dentro das opções da equipe. Nas próximas semanas vou passar por um pequeno treinamento até poder operar a câmera sozinha. Tô animadíssima!

Uma das etapas desse treinamento é participar do que eles chamam de set-up, que é a montagem de toda a estrutura e dos equipamentos antes da coisa realmente acontecer. Pra isso, obviamente, temos que ser os primeiros a chegar. O culto começa às 11h, então na minha cabeça a gente chegaria às 10h e tava tudo certo. Quanta ingenuidade... na verdade, a montagem começa às 7 da manhã! E como a essa hora as estações de metrô ainda não estão abertas, isso significava que eu tinha que sair de casa às 5h45 pra pegar dois ônibus. O que quer dizer que eu acordei às 4h45 pra começar minha jornada. E sinceramente, foi com o sorriso maior do mundo no rosto.

Chegando lá, fui apresentada a várias pessoas, cabos e equipamentos. Com alguns eu realmente já estava familiarizada, mas com outros foi a primeira vez. É o caso dos steel shoes. E aqui vai uma mãozinha na tradução: significa sapatos de aço. Quando entrei no teatro e uma das colegas de equipe disse pra eu ir colocar steel shoes eu já pensei na dor que aquilo significaria, né? Ela me explicou que é uma medida de segurança, já que a gente lida com equipamentos muito pesados. Se cair no pé é o fim :D

E genteee, uma coisa muito engraçada. Como fez bastante frio hoje, eu peguei minha meia mais quentinha. O único defeito dela é ser laranja-cheguei com listras bege. Não sei se estava mais preocupada em usar um sapato de aço ou de verem minha meia! kkkkkk... Mas enfim, encarei os steel shoes. E fora o peso que é acima do comum, eles nem são assim tão tenebrosos. Deu pra trabalhar com eles numa boa :)

Foto tremidíssima, mas pelo menos vocês escaparam
de ver a minha meia! hihihi...

É interessante como eles se preocupam realmente em fazer tudo direitinho. Outra medida de segurança é permitir a entrada e circulação no teatro antes do culto ou em áreas específicas apenas por identificação de crachá. Eu ganhei um provisório, mas semana que vem o meu definitivo sai. Não quero enganar ninguém, vou ficar besta e me sentindo, porque eu nunca tive um crachá, minha genteeee! Nuncaaaaa *-* Vou arrasar na maquiagem pra tirar a foto! kkkkk...


Bom, como eu vou ficar como operadora de câmera, hoje tudo o que eu fiz girou em torno disso. Ajudei na montagem dos tripés e posicionamento das câmeras (são duas) e assisti também a coordenação do switcher. E aqui vai mais uma explicaçãozinha: switcher é o equipamento que coordena o que está sendo exibido para os espectadores. Como os cultos da Hillsong são disponibilizados ao vivo pela internet, não existe edição de nada. Tudo o que é exibido é selecionado na hora. Além das duas câmeras que temos em lugares diferentes do teatro, há também os vídeos que entram no meio do culto e as passagens bíblicas que são projetadas. É aí que entra o switcher. O operador seleciona que imagem ele quer colocar no ar. Acho que eu enrolei um pouco, mas espero que tenha dado pra entender :D

Sam operando o switcher



Ai, gente, ver o antes e depois é lindo demais...



(essa foto não é de hoje, porque não deu tempo de tirar! mas ta valendo, né?)

Foram cerca de 4 horas trabalhando (além das outras equipes de montagem de palco e som) pra ficar tudo lindo. E eu não parava de pensar no quanto aquele trabalho, apesar de invisível, era importante. Quem chega lá e vê tudo pronto não tem ideia do que se passa pras coisas acontecerem. Das tantas pessoas que sacrificaram umas horinhas a mais de sono, que encararam o frio, que pegaram não sei quantos transportes para fazer aquilo ali acontecer. Isso já seria lindo por si só, mas acrescente nesse meio o advérbio "voluntariamente". Fica bem mais bonito, né?

Muitas pessoas entram e saem de Hillsong sem se dar conta de tudo o que se passa. E não é culpa delas! Realmente, nós não costumamos ver muito além do óbvio quando já está tudo pronto. Mas o que eu quero dizer é que muitos daqueles voluntários que estão ali talvez nunca tenham seus nomes citados, talvez nunca tenham ouvido alguém chegar até eles e agradecer pelo que têm feito anonimamente. E ainda estão ali, felizes, servindo de coração.

O comprometimento daquelas pessoas invisíveis me tocou profundamente hoje. E eu estou muito feliz por ser uma delas :)


Um beijo e boa semana pra vocês!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Solidão

Oi, todos!

No finalzinho do último post, eu disse que tinha programado uma coisa pra hoje e que depois colocaria aqui no blog, lembram? Pois é... não rolou. Primeiro porque o que eu quero fazer vai ser bem mais legal num dia de sol (não foi o caso) e segundo porque eu estava tão ativa quanto um bicho-preguiça hoje. Sem exageros, gente!

Cheguei em casa ontem por volta da meia noie, e fui dormir pouco antes das 2 da manhã. Desliguei o despertador e acabei acordando às 11h40. Levantei... tomei um banho... e voltei a dormir! Acordei às 15h30, me sentindo a criatura mais preguiçosa do planeta e com uma fome do tamanho do mundo. Mas nem fiz questão de me culpar, sabem? Da semana passada pra cá eu fiz três artigos pra universidade, tava com o cérebro completamente torrado, precisando de um descanso. Foi uma maravilha!

Tirei essa quando acordei da primeira vez! hihi
Mesmo às 15h30, não deixei de tomar meu café da manhã preferido:
torradas com manteiga e pasta de amendoim com geleia e chocolate quente :) 
Ah, na terça, logo depois que eu postei aqui, fui jantar com a Vanessa. Ela foi toda humilde dizendo que eu não reparasse na comida e tal... mas gente, que arraso! Tava tudo lindo e delicioso. Comemos muito, conversamos muito e engatamos no trio queijo-vinho-chocolate até altas horas. Foi muito bom! Apesar de estarmos morando no mesmo condomínio e no mesmo andar, eu e Vanessa nos vemos bem pouquinho. O que é uma pena, já que temos tanta coisa em comum. Mas ainda assim, é bom saber que tenho uma amiga de verdade a apenas alguns passos do meu apartamento :)



Eu estava aqui pensando no quanto isso contrasta com uma informação que recebi ontem. Fui a um encontro da Hillsong, e em determinado momento a pessoa que estava falando disse que Londres é considerada uma das cidades mais solitárias do mundo. Uma em cada três pessoas diz se sentir sozinha aqui. Incrível como num lugar gigante e tão miscigenado, com cerca de 12 milhões de habitantes, haja espaço para um mal como esse.

Acho que solidão é um dos sentimentos mais tristes. Porque se você está com medo, ansiedade, tristeza, raiva e ainda assim tem amigos com quem conversar e a quem pedir ajuda, esses sentimentos ruins podem ir embora rapidinho. Mas imagina passar por tudo isso sem ninguém por perto. E não digo perto fisicamente, mas do coração. Triste demais!

Logo que cheguei aqui, me deparei com esse cartaz no metrô:

Leve Sally e Harry para o chá de domingo
Se você está interessado em levar um casal
de idosos solitários uma vez por mês para um
chá de domingo ou ser anfitrião de uma festa do chá
somente duas vezes por semana, por favor ligue:
Quando eu vi, fiquei de verdade chocada. Tanto que tirei a foto! Gente, onde estão as famílias desses velhinhos? Cadê os filhos, os netos? Não quero chegar ao ponto em que algum estranho me dê o carinho e a atenção insubstituíveis da família e dos amigos, e acho que ninguém merece isso.

Ser latina, e especialmente brasileira, tem um bônus em meio a tudo isso: eu acabo me aproximando das pessoas mais facilmente, sendo mais calorosa. E mesmo com a fama de frieza dos Europeus, isso acaba quebrando o gelo e abrindo caminho para novas amizades. Mas quero muito que a imagem que eu passo seja mais do que uma primeira impressão. Aliás, acabei de chegar de uma reunião com algumas das meninas lá da igreja. Jantamos, rimos, lemos a bíblia e oramos umas pelas outras. Foi uma delícia...


Agradeço a Deus pelos amigos que já consegui fazer aqui, e espero poder estar por perto pra que nenhum deles seja essa "uma" em cada três pessoas que se diz solitária. Que nessa selva de pedra que é Londres haja muito espaço para o coração.

Vamos cuidar de quem amamos.

Beijos!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Eu e a academia

Oi, Brasil! Como estão?

Da última vez que eu postei, eu tava tão cansada que nem tive ânimo pra escrever sobre a coisa mais legal da semana: domingo foi a gravação do DVD de Hillsong! Aaaaai, e eu estava láaaa! Gente, foi impecavelmente lindo. Eles gravaram em três horários diferentes, e eu participei de 2. Já tava sabendo tudo de cor! kkkk... Fiquei lembrando da primeira vez que eu vi um DVD deles, aos 15 anos, e fiquei babando em tudo, desejando poder estar lá. E olhem só o que me acontece 8 anos depois... Feliz demais! O DVD sai em Julho, e eu não tirei fotos por motivos óbvios, mas aqui vai uma oficial:

Eu sou o pontinho vermelho lá em cima! hahah..
Vista lá de cima :)

Aposto que, quando você leu o título do blog, já ficou animado pensando que a gordinha aqui resolveu encarar uns exercícios físicos, né? Nada disso! kkkkkk... Antes fosse uma academia em que só se faz puxar ferrro. Eu tô falando é da vida acadêmica mesmo :)

Bem, amanhã vou entregar o meu último trabalho da primeira unidade na faculdade. Como eu só estou cursando três matérias, foram "só" três trabalhos. Mas "só" entre muitas aspas mesmo. Para duas das disciplinas, eu tive que fazer artigos. Minha gente, sofri. Como sofri! Gosto de trabalhos mais práticos, como apresentar seminários, fazer vídeos, qualquer coisa que não me obrigue a passar horas no computador escrevendo.

Eu gosto sim de escrever (tanto que tenho um blog! hahaha), mas não consigo lidar com ter que escrever. Quando eu trabalhava como repórter, chegar das gravações e escrever o roteiro era sempre uma tortura. Até porque em jornalismo você sempre tem que passar por um editor que revisa o seu trabalho (a não ser que você mesmo seja o editor, né?). E sou do tipo ciumenta com meus textos, dá uma peninha ( = uma raivinha) quando alguém pede pra cortar alguma coisa...

E escrever artigos é no mínimo um saco, tendo que seguir mil regras de formatação, usar vocabulário refinado, citar um bilhão de autores pro que você ta falando valer alguma coisa. Nessas horas que eu vejo que vida acadêmica não é muito minha praia. Adoraria ser professora, e acho que faria isso bem ^^, mas ter que fazer mestrado e doutorado pra chegar lá é sacrificar minha felicidade por muitos anos, eu acho. Admiro de verdade alguns amigos meus que realmente gostam de devorar os livros, mas essas não sou eu, ta?

Tem outra coisa curiosa a respeito da minha relação com os estudos: meu Q.I. aumenta conforme vai ficando mais tarde. Se pela manhã eu me sinto esperta como o Burro do Shrek, à noite eu sou discípula do Einstein. Eu sei que perder noites de sono é péssimo para a saúde, e nunca tem como compensar depois. Mas pelo bem do meu bom desenvolvimento acadêmico, eu sempre prefiro fazer meus trabalhos à noite. Nem que eu tenha que passar o outro dia assim:


No auge do nada pra fazer, eu identifiquei os meus estágios de produção de um artigo científico:

Desdém: "Vixe, tem que fazer um artigo de 2837289 palavras? Moleza, semana que vem eu começo."
Desespero: "Como assim, já é pra amanhã? Será que dá tempo de eu adoecer e mandar um atestado?"
Otimismo: "Olha, já consegui escrever 5 palavras! Tô chegando lá!"
Desespero: "Brodji, não ta saindo, não ta saindo, não ta saindo! Alguém chama minha mãe que eu to começando a sentir uma febrinha..."
~saio de casa. chega a noite e eu recomeço~
Paixão: "Os caras do Prêmio Nobel deveriam me descobrir. Eu sou um monstro da academia!"
Desespero: "Ok, escrevi o dobro de palavras. Cadê a faca pra cortar o texto e meus pulsos?"
~vou comer alguma coisa e volto depois de mais ou menos uma hora~
Razão: "Pra que uma conclusão de duas páginas? Passa a faca, passa a faca!"
Desespero: "Já se passaram 18 minutos desde que eu enviei meu trabalho. Será que posso mandar um email pro professor perguntando se saiu a nota?"

Ai, gente, é só. Desde domingo tem feito sol aqui, tá tudo tão lindo *___* E eu adoro os dias assim, em que o sol aparece mas ainda ta friozinho... Bom demais!


Ah, to programando uma saída na quinta-feira que deve render um post bem legal! Vejo vocês aqui :)
Beijo!

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Preguicinha

Oi, gente!

Vossa blogueira aqui é muito chique, e hoje vai postar uma entrevista.

Mentira. Vou postar uma entrevista sim, mas é por preguiça mesmo! Hihihihi... Eu to tentando acertar as contas com mais um trabalho da faculdade (que é pra amanhãaaaaa, socorroooooo!), então não dá pra fazer aquele post elaborado!

Bom, trata-se de uma entrevista que minha amiga Priscila Vaz, estudante da UFF, estava fazendo sobre o Ciência sem Fronteiras. Talvez algumas das perguntas sejam as dúvidas de alguns de vocês. Então lá vai!

Beijos e ótima semana pra vocês!

***


1) Qual foi a principal razão para você ter resolvido fazer um intercâmbio?
Sempre gostei de conhecer países diferentes, então fazer um intercâmbio estava nos meus planos há bastante tempo – só não achava que seria possível vir para estudar. Outras motivações foram o conhecimento e interesse pela língua inglesa e a sensação de que a universidade onde eu estava estudando estava deixando muito a desejar em qualidade.

2) O que está sendo mais desafiador? Morar em outro país, estudar em outra lingua?
O mais desafiador, na verdade, é manter o foco. Como acabei de chegar, minha vontade é sair por aí desbravando não só o Reino Unido, mas a Europa inteira. Ao mesmo tempo, a quantidade de matéria pra estudar é muito maior do que eu tinha no Brasil. O mais difícil, então, está sendo me disciplinar para essa nova rotina.

3) Por que você decidiu optar pelo Reino Unido?
Vim para cá em Agosto de 2012 trabalhar por 10 dias, e me apaxionei por Londres. Além disso, como estudo Cinema, poucos lugares possuem tanta bagagem histórica e produção de conteúdo acadêmico nessa área como o Reino Unido.

4) Teve dificuldades em se ambientar ao local? Em quais aspectos? Culturas, clima, comida?
Comida, apenas. Além deles não terem muitos pratos que acompanham os brasileiros por toda a vida (arroz, feijão, farofa, bife com batata frita...), com a bolsa não se pode dar ao luxo de comer fora todo dia. Cozinhar pra mim mesma é um pouco desafiador.

5) A bolsa oferecida cobre suas despesas? Você levou dinheiro extra para a viagem?
Cobre sim! Não trouxe nenhum dinheiro extra, mas acho que vou conseguir juntar alguma coisa para viajar. Meu estilo de vida, também, é muito simples: sou econômica, não saio todo dia e nem gasto com coisas que sei que não preciso.

6) Quais são as opções de entretenimento no Reino Unido?
Muitas! Além dos parques e museus lindos, há muitas opções para quem gosta de atividades culturais. Shows de bandas mundialmente famosas acontecem o ano inteiro, assim como clássicos do teatro como O Fantasma da Ópera, que estão sempre em cartaz por aqui.

7) Quais são as principais vantagens da faculdade onde você está?
Minha universidade tem uma estrutura incrível, além de ser linda. As salas são confortáveis, bem-equipadas e bem aquecidas. Os professores mostram um nível de preparo altíssimo, e estão sempre nos estimulando a buscar fontes alternativas de conhecimento. A biblioteca tem simplesmente tudo o que precisamos, e por aqui há sempre alguém para dar a informação que você precisa na hora em que precisa. Isso sem contar com a recepção ainda mais especial para alunos que vêm do exterior. Eles são super atenciosos.

8) Que tipo de dificuldades você encontrou no intercâmbio e que não tinha na sua faculdade de origem?
Fora me adaptar ao volume de conteúdo muito maior, nenhuma.

9) Sua rotina de estudos é parecida com a da sua faculdade de origem? No que elas se diferenciam e assemelham ?
Muito diferente. Os professores aqui são mais exigentes, a maioria das minhas aulas têm 4 horas de duração e o volume de leitura que temos que fazer por semana é bem superior.

10) Você pretende continuar seus estudos fora do país? (Pós, mestrado, doutorado...)
Na verdade, eu não tenho interesse em fazer pós/mestrado/doutorado assim que terminar os estudos. Quero respirar dos livros, trabalhar e viajar um pouco. Mas se fosse fazer em algum lugar, definitivamente não seria no Brasil. Ao final deste 1 ano de bolsa, temos que voltar para o Brasil e concluir pelo menos a graduação lá. Não sei se, nesse caso, eu conseguiria juntar dinheiro o suficiente para estudar aqui novamente. Mas tentar conseguir outra bolsa é uma possibilidade!

11) Qual aspecto do intercâmbio você destacaria como sendo o mais importante para sua formação acadêmica?
O nível do conteúdo que a faculdade e os professores têm oferecido pra mim, somado à incrível experiência de estudar com gente do mundo todo. Nada é mais enriquecedor do que estar em contato com culturas diferentes. Ainda mais na minha área, de indústria criativa. Acho impossível realizar qualquer trabalho de qualidade sem conhecer quem o outro é, o que ele faz, por quê faz...

12) Você acha que vai ser difícil voltar para o Brasil, para sua antiga rotina? Por quê?
Vai ser um trauma! Acho que vou do aeroporto direto pro psicólogo. Em Londres as coisas funcionam, o clima me agrada, as pessoas são educadas e não invasivas. Em termos de estudo, vai ser ainda mais difícil. A minha universidade no Brasil está muito longe do nível que temos aqui, vai ser um choque sim.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Balada do amor

Oi, genteeee!

ontem foi Valentine's Day. Teoricamente, é um dia em que se celebra o amor não só entre casais, mas também aos amigos e familiares, pessoas de quem a gente gosta. Mas isso é só teoria mesmo. Pelo menos eu não vi ninguém por aí comemorando a data de mãos dadas com a mãe, ou comprando presentinhos pros amigos. Na verdade, O Valentine's Day é o equivalente ao nosso Dia dos Namorados. Eu prefiro chamar de Dia Internacional do Bullying.

O metrô, as ruas, os restaurantes e todos os demais lugares estavam cheios de pessoas exalando romance. Minha teoria conspirativa diz que todas elas, na verdade, têm um único objetivo maléfico: te lembrar que você está solteiro, e elas não. Você tem noção do que é ver centenas de meninos lindos e maravilhosos carregando flores e nenhuma delas (e nenhum deles!) ser pra você? kkkkkkkkkk... Calma, eu juro que não to carente, mas me diz se isso não é bullying!

A Hillsong, minha igreja aqui, há tempos vinha divulgando uma tal de Valentine's Party que ia acontecer ontem. Com todos os meus amiguinhos de lá comprando ingressos, eu pensei "por que não?". Mas no fundo, eu estava um pouco aterrorizada. Pense bem: uma festa de Dia dos Namorados... para solteiros... promovida por uma igreja! Certamente, a maioria de nós imaginaria um lugar com mesas, um jantar pra forçar um clima de romance e ver se sai alguma coisa entre os encalhados e um fundo musical no nível máximo da solidão tocando Kenny G. E mesmo com o pessoal aqui me garantindo que seria bem diferente, eu confesso que não tava colocando muita fé que pudesse ser legal.

Convite que eles entregaram pra festa :)

Quebrei a cara lindamente. Lin-da-men-te. A festa aconteceu em um lugar chamado Ministry of Sound, que é um clube famosíssimo em que só tocam os melhores DJ's do mundo inteiro. O MoS estava fechado só pro pessoal da Hillsong, que deu conta de lotar o lugar. Pra vocês terem uma ideia, as primeiras 400 pessoas que chegassem ganhavam um voucher pra pegar uma bebida de graça. Cheguei uma hora depois da festa começar e já tinha esgotado a cortesia. Era muita gente!

O clube é lindo, enorme, e tava com uma decoração bem legal. E por decoração, entenda-se componentes não-humanos (iluminação, fumaça e tudo mais) e humanos (criaturas lindas e maravilhosas e solteiras). E aqui vai uma ênfase para esses tais componentes humanos. Como a Hillsong consegue juntar tantas pessoas lindas por metro quadrado? Eram brotos brotíssimos brotando por todos os lados, uma chuva de colírios. 

Mas o legal mesmo é que, diferente do que eu pensava, o objetivo não era fazer um clima do tipo "vamos desencalhar esse pessoal". Era simplesmente uma festa - e das mais animadas que eu já fui! Apesar de adorar dançar, eu não gosto de saídas noturnas e baladas, porque sou muito criteriosa em relação às pessoas com quem compartilho um mesmo ambiente. Não vejo graça nenhuma em ir pra uma balada, por exemplo, e ficar exposta a todos os tipos de figuras que estão lá com as mais diversas intenções. Mas na festa de ontem era diferente, porque eu sabia de onde aquelas pessoas eram e que eu não corria o risco de vir algum maluco bêbado pro meu lado, achando que se você ta dançando, você ta dando sopa. Me sinto muito mais à vontade assim :)

Com as amigas brasileiras \o/
Esse era o "carimbo" que a gente ganhava pra entrar.
Enfim, tava tudo maravilhoso, e se eu tivesse um carro provavelmente teria sido a última pessoa a sair de lá - mesmo com o salto já castigando os meus pés. Sério, não sei como eu aguentei! Gente, eu tento ser uma pessoa fina e usar sapatos de salto em festas, mas definitivamente não nasci pra isso. Fora que eu tava com uma saia que subia a cada dois passos que eu dava! kkkkk... Na próxima eu vou de vestido e havaianas pra não ter erro!

A diva da moda aqui [só que não MESMO!]
Bom, mas o fato é que meus únicos motoristas são o do metrô e o do busão, e eu tinha que sair de lá a tempo de pegar o último ônibus que me deixa mais perto de casa, e isso foi logo depois das 23h :(

Cheguei em casa um pouquinho depois de meia-noite, sabendo que teria uma longa madrugada pela frente: eu tinha que terminar o artigo que era pra ser entregue hoje na Universidade. Eu já tinha passado a quinta-feira inteira estudando, depois de muitas horas na frente do computador, eu não rendia mais nada! Por isso resolvi chutar o pau da barraca, ir pra festa e fazer o trabalho na madrugada. Acho que aquela mistura de música maravilhosa, brotos impecáveis e liberação de serotonina despertou alguma coisa em mim. Eu comecei a escrever e não parava mais! De repente, os argumentos pro meu artigo estavam pulando na minha cabeça, eram muitas ideias pra colocar no papel. Muitas mesmo - e isso me deu um trabalhão depois, porque eu escrevi mais de 1/3 a mais do que o limite (que era de 2.000 palavras) e no final tive que sair cortando tudo.

Terminei meu trabalho às 6h30 da manhã. Daí você acha que eu fui dormir, né? Nada disso! Me arrumei e saí de casa às 7h pra uma reunião de oração que alguns jovens de Hillsong fazem todas as sextas-feiras na praça de Soho. Muito bom! Cheguei lá com uma voz de travecão (fico assim quando não durmo ^^) e as olheiras do tamanho do mundo, mas quem liga pra isso? De lá fomos tomar um café e eu fui pra faculdade entregar meu trabalho.

Finalmente cheguei em casa às 14h, joguei no chão tudo que tava em cima da minha cama e dormi até as 18h30 :) E aqui vai um agradecimento especial à cafeína e ao Red Bull, que deram conta de me deixar acordadaça por 30 horas.

Tomei um a caminho da festa e outro já na festa,
pensando na minha madrugada acadêmica...
Aqui Red Bull é mais barato que água, acreditam?
Bom, os zumbis de The Walking Dead não são nada comparados ao meu estado físico e mental agora - to acabada! - mas amei minha comemoração de Valentine's Day e fiquei muito feliz por ter conseguido terminar meu trabalho e ainda por cima começar a sexta-feira encontrando amigos e falando com Deus! 

Ainda no clima de romance, deixo pra vocês minha última gravação com Davi: A Thousand Years, de Christina Perri. Espero que vocês gostem! Tenham um ótimo fim de semana, até mais ;)


terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Personal statement - o agora ou nunca do CsF

Oi, todos!

Faz um tempinho que eu não posto especialmente pro pessoal do Ciência sem Fronteiras. Tá na hora, né? O post de hoje é atendendo a uma sugestão que o Mário, leitor do blog, me enviou. Além disso, a Priscila, minha grandissíssima amiga de infância (que em breve vai estar aqui pertinho!) também tem conversado comigo sobre o assunto ultimamente.

Bom, uma das etapas mais importantes pra quem está tentando o Ciência sem Fronteiras é a produção do Personal Statement. Basicamente, é uma carta às universidades em que você tem a oportunidade de dizer por que você é essa Coca-Cola toda e eles têm que te aceitar como aluno.

Aqui no Reino Unido não existe vestibular, e o PS é com certeza uma das etapas de maior peso na seleção de alunos para as universidades. Ainda agora fui ali na cozinha e vi um livro em cima da mesa, com o título Como entrar para uma faculdade de medicina - o guia completo pra escrever seu Personal Statement. Imaginem a importância do negócio. E não era um livro fininho não, tá? Tinha umas 200 páginas fácil fácil.

Então está entendido: o PS é a sua vitrine e o seu grande argumento dessa seleção. Lembre-se que as Universidades não vão ter acesso a suas notas do Brasil. Ainda que você seja um gênio da lâmpada na sua área de estudo, infelizmente ninguém vai saber a menos que você faça um PS porreta. Pense bem: depois da homologação do CNPq, TUDO o que conta é isso e as notas de proficiência. Sabe aquele carinha que passou raspando em todas as matérias, não fez os trabalhos, faltou metade do semestre mas é fera em inglês? Pois é, se o PS dele for melhor que o seu, fim. Eu sei, a vida é injusta.

Tem milhões de guias por aí sobre como escrever um bom PS, mas o que realmente me ajudou foi o guia da UCAS, disponível neste site. Mas pra não dizerem que eu to com preguiça, juntei aí algumas dicas que podem ser úteis:


Não minta
Ainda que seja tentador, é antiético e pode te colocar em risco caso eles peçam alguma comprovação disso. No caso de Indústria Criativa, por exemplo, dizer que você tem uma vasta experiência e apresentar um portfólio pobre é uma contradição.

Se ame na medida.
Procure ter certeza de que sua auto-estima está em níveis normais na hora de escrever o PS. É claro que você tem que se promover, mas cuidado pra não virar a Narcisa Tamborindeguy na tentativa de vender seu próprio peixe.

Seja humano... também na medida
Apesar do maior objetivo do PS ser mostrar suas capacidades acadêmicas e experiências e aspirações profissionais, também é válido incluir coisas que falem sobre suas preferências e projetos pessoais. Mas vamos com calma, nada de dizer que você quer uma casa no campo e se casar com o Hugh Jackman (ops, essa sou eu!).

Segure esses very
Intensificar um ou outro adjetivo é legal, mas cuidado pra não sair colocando very na frente de tudo quanto é coisa, ou seu PS vai ficar very shitty e very superficial. E se no final das contas o resultado não for bom, você vai ficar very sad por ter perdido essa oportunidade very good.

Revise incansavelmente
Um trilhão de vezes. E quando terminar, revise de novo. E depois, mais uma vez. Uma segunda opinião também é legal. Mostrei o meu PS pra mamãe, e ela me ajudou bastante a dar uma enxugada no texto, que originalmente estava bem maior do que o que eles pedem.

Conecte frases e parágrafos
Eu não deveria nem mencionar isso, porque é super básico pra qualquer produção de texto. Mas conselho nunca é demais. Cuidado pra não sair com algo do tipo: Ok. Vou falar um pouco de mim. Nasci aos 7 meses. Amo ciências. Sou vegetariano. Quero ir pro Reino Unido porque assisti todos os filmes do Harry Potter. (e pelo amor de Deus, se você quer vir pra cá por isso, fique por aí! kkkkk...)


Bom, agora que todos os fãs de HP estão querendo me matar, eu já vou me despedindo. Deixo com vocês o meu PS, lembrando que eles mantêm um banco de dados com os textos de alunos, e plágio é imperdoável por aqui. Na minha universidade, por exemplo, copiar algo de alguém em um artigo científico dá expulsão :) Mas é claro que vocês não vão copiar o meu! Que os de vocês sejam bem melhores \o/ Arregacem as mangas e boa sorte!

***

Choosing a career was not an easy decision until my early teen years. I had interests in many different areas. All my doubts vanished at once when I was 14 years old – that was when I entered a TV studio for the first time. Even though I had always appreciated television and cinema, I could never imagine I would fall in love with the cameras the way I did.

By that time I was a student of a technician Tourism course and High School. A deep interest for languages and traveling guided my choice, and during that time I could study Spanish and French, besides improving my English. In my very first year, some friends encouraged me to apply for an audition to host a television program of that school. One week later I found out I had been chosen, even though I had no prior experience at all.

Seven years have passed from that first time to now, and as I look back I can see how many wonderful opportunities I have had throughout these years. I have hosted 4 programs, participated in 3 television pilots and presented 2 documentaries. By working on TV I had the chance to develop several tasks: hostess, newscaster, producer, interviewer, reporter, script editor, video editor and camera operator. That has given me vast experience for both behind-the-scene tasks and front-camera activities. And as a undergraduate student of Social Communication, I have participated in many projects at the University.

Besides working and having an intense academic life, one thing I really enjoy doing is volunteer work. Every year, I travel abroad to work for an international non-profit organisation. I have been to Switzerland, Argentina and Kenya for volunteering, besides visiting France, Italy, Germany, Uruguay and South Africa. Being a volunteer has changed a lot my perspective of life. Now I feel more prepared to deal with people from different backgrounds. The many assorted areas in which I have worked as a volunteer made me learn more about myself and my skills. And since I always travel on my own, those experiences have helped me become more independent. I reckon that will certainly make the difference when I arrive in the UK as an exchange student.

The United Kingdom has been in my life in many different ways. I grew up watching Charlie Chaplin, always mesmerised by his brilliancy. At the University, I am constantly doing research on the UK's admirable Communication and Media system, home for the best TV and Radio stations in the world, and for their amazing Cinema industry that goes from Alfred Hitchcock's masterpieces to incredible Harry Potter. And in my most rewarding experience in drama, the UK was there too. I played Hermia in Shakespeare's acclaimed classic “A Midsummer Night's Dream”.

After so long admiring the UK over long distance, I finally had the chance to be there. Last summer, I was chosen by a major technology and communications multinational to work as a blogger for the London 2012 Olympic Games. My job was to develop web content for that company, along with other participants from all over the world. I really learned a lot!

Now it's time for me to start investing deeper in my future and pursuing the goal of woking with Cinema, linking my experience on TV with my interest for filmmaking. I know the United Kingdom is the best place to be as I seek my objectives, and I will definitely make the most of the opportunity of acquiring high-quality education that will help me play a significant role as a professional of the creative industry.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Paixão e compromisso

Oi, gentem!

Aposto que estão todos carnavaleando por aí. Mesmo pra quem não sai pra lugar nenhum, é muito bom poder jiboiar tranquilamente por quatro dias. Mas aqui não tem essa de carnaval não! E eu estou com o chicote no lombo (de onde eu tirei isso??? kkkk...) esses dias, com três trabalhos pra entregar na faculdade. Dois deles são artigos, estou tremendo da cabeça aos pés. Sou a preguiça em pessoa pra escrever artigos na minha própria língua, que dirá em inglês! Mas com fé esse negócio sai :)

Então, gente... como já tenho falado aqui algumas vezes, uma das coisas que eu mais estou gostando de Londres é poder participar da Hillsong - aquela igreja supercreditavelmentedemais que nasceu na Austrália e agora tem sedes em várias cidades do mundo.

Quando digo que Hillsong é uma igreja enorme, eu não estou exagerando. Só pra vocês terem ideia, os cultos do domingo acontecem no Dominion Theatre - um dos mais tradicionais teatros de Londres, com capacidade para mais de 2.100 pessoas sentadas. Eles têm 4 cultos por domingo, e é raro eles não lotarem. Mas seguindo a hipótese de que a sessão sobrem 200 lugares, ainda assim chegamos a um número incrível: cerca de 7.500 pessoas circulam por lá todo domingo.

É claro que um lugar que recebe tanta gente precisa ter uma estrutura muito afinada. Eles têm várias equipes que se responsabilizam pelas mais diversas atividades pra fazer a coisa acontecer. Uma delas é a de Produção Audiovisual, que cuida dos vídeos promocionais e curtas produzidos pela igreja. Por meio da Bianca, uma amiga que tem cuidado muito de mim aqui, fui apresentada ao pessoal dessa equipe, da qual eu queria muito participar! O diretor do time viu meu portfólio, gostou, e txaraaaaam... tô dentro!

Isso foi domingo passado. E eles logo me convidaram pra participar de um dia de treinamento que eles iriam promover pra equipe, neste sábado. Fiquei empolgadérrima, claro! Nos encontramos ontem bem cedinho e viajamos cerca de 1 hora até a cidade de Surrey, onde uma central de produção foi alugada só pra gente. Sério, foi o paraíso pra mim, entre tantos equipamentos maravilhosos e pessoas competentes!

A ideia era produzir um programa piloto ao vivo com duração de 10 minutos. Tivemos o dia inteiro de preparação, transformando salas em estúdio, improvisando iluminação, preparando roteiros, deixando a criatividade fluir. Foram cerca de 8 horas com a mão na massa, com uma pequena pausa pro almoço. Bem cansativo, mas muito válido. Aprendi muitas coisas e pude ensinar algumas também. Tentei ajudar um pouquinho no que tenho alguma experiência (câmera, cenografia, roteiro...), e participei de um dos quadros como entrevistada. Que chiiiique *---*

Revisando alguns conceitos antes de começarmos a gravar
Discutindo o cenário
Parte do meu trabalho era ser modelo pro ajuste de câmera. Ai, que difícil!
A Anja mandando muitíssimo bem!
Briefing com os apresentadores e entrevistados
Minha equipe trabalhou com uma entrevista externa. Quem liga pra frio e chuva??? 
Ensaiando com Stephanie

Tem gente que acha que o que se faz como voluntário não pode sair com qualidade. Engano achar que remuneração garante empenho... Claro que no treinamento tinha muito amador, gente cheia de disposição mas com pouco conhecimento técnico. E é ótimo que eles se disponham a treinar pessoas assim! Mas ali também tinha gente que tem nome o suficiente pra ir aonde quiser e fazer o que quiser no mundo audiovisual. Só pra terem uma ideia, o coordenador da equipe é um documentarista internacional e produtor de TV aqui em Londres. Ele não precisa doar seu tempo e esforço, mas escolheu fazer isso por paixão pela profissão e compromisso com Deus. E como eu me identifico com pessoas assim! Não que eu tenha nome pra fazer o que quiser (aiiiiinda, hihihihi), mas acho muito bom usar os talentos que temos pra coisas que vão fazer a diferença na vida das pessoas.


Enfim, to muito animada e cheia de disposição pelo que está por vir!

Um beijo pra vocês!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Vergonha (inter)nacional

Até quem não entende muito de futebol vai concordar comigo: nós nunca tivemos uma seleção tão chinfrim quanto a dos últimos 6 anos. Quando digo que sou brasileira, muita gente vem logo falar de futebol comigo - e esse é realmente um assunto do qual eu gosto e entendo um pouquinho. Um dos recepcionistas daqui do meu condomínio, por exemplo, adora conversar sobre isso comigo. Logo quando nos conhecemos, ele perguntou meu nome, e em seguida falou:
- O meu é Benjamin, mas pode me chamar de Neymar.

Mas ultimamente, a gente tem mais motivos pra se esconder do que orgulhar quando se trata de bola no pé. Ok, se fosse 2x1 contra a Espanha, eu até entenderia... mas contra a Inglaterra? Não tem desculpa pra gente. Uma decepção!

E se no gramado o Brasil deu vexame, fora de campo fui eu que fiz vergonha. E admito. Gente, se tem uma coisa que me faz perder a compostura, a classe e o bom vocabulário, essa coisa se chama futebol. Essa é uma herança genética paterna, que eu nunca fiz questão de não cultivar. Eu amo futebol! Então, acompanhada das minhas amigas e também bolsistas do CsF Lara e Leticia, lá fomos nós pro Wembley.

Quando fomos comprar os ingressos, já tinham esgotado os lugares perto da torcida do Brasil. Ok, sem problema. Ainda assim, coloquei minha camisa da seleção e fui encontrar as meninas no hall pra irmos juntas pro jogo. Foi quando uma delas estranhou eu estar vestindo verde e amarelo e disse que era proibido manifestar torcida estando do lado do adversário.

Meu coração se dividiu: por um lado, fiquei aliviada de estar só com a camisa. Bastaria usar a jaqueta fechada e ninguém ia perceber que eu estava de Brasil. Minha ideia inicial era pintar as unhas E A CARA. Imagina, gente! kkkk... Bom, mas por outro lado, fui por alguns segundos transportada a uma visão de manchetes de jornal, no dia seguinte, anunciando que uma torcedora havia sido agredida durante o jogo. E claro que essa criatura seria eu, porque não torcer em futebol é missão impossível pra mim!

No último jogo que assisti do Brasil (que por sinal foi a final das Olimpíadas, no ano passado), um inglês mandou eu calar a boca e sentar. É claro que eu não obedeci, né? Então fazia total sentido minha preparação psicológica pra ser hospitalizada depois do jogo.

Dito e feito. Chegamos no estádio, pegamos nossos ingressos e eu não me contive nem por 5 minutos. Fiquei com pena das minhas amigas, se comportando tão bem, mas acompanhadas por uma criatura tão escandalosa futebolisticamente falando. Xinguei a mãe de todos, me levantei a cada lance, aplaudi as besteiras da seleção inglesa, incentivei incansavelmente o Oscar (meu preferido *-*), pedi pra Felipão tirar Ronaldinho, mas não teve jeito.

Tinha um menininho sentado atrás da gente, fazendo o papel (melhorado) do Galvão Bueno. Além de dizer coisas fofas toda hora incentivando a Inglaterra, ele era muito inteligente! Quando ele viu o letreiro anunciando as mais de 86 mil pessoas no estádio, comentou: "Como 86mil pessoas ficam tão histéricas pra ver apenas 22 jogando?". Me senti um lixo, né? O garotinho esbanjando inteligência e eu me esguelando por um bando de sem futuro que ganha por mês muito mais do que eu juntaria em toda a minha humilde existência...

Enfim, mesmo com a derrota, a experiência de ir ao Wembley de novo foi legal! Mas infelizmente eu tenho que admitir que a teoria de que sou pé-frio está se confirmando cada vez mais. Eu estava lá quando perdemos as Olimpíadas, eu estava lá novamente nessa vergonha de quarta-feira. Então, pelo bem de todos e felicidade geral da nação, vou tentar não comparecer mais aos estádios nos jogos do Brasil. (mentira!)

Olhem aí nossas fotos...



Com Lara e Leticia, as guerreiras que suportaram meus gritos!

Apesar de tudo, ouvir o hino sendo tocado é lindo demais!

Teve até uma apresentação de samba! Imagina o frio desse povo...!

Coisa linda é um estádio cheio!

É claro que eu levei a estrela mais linda do mundo, né?

Tentando manter o patriotismo...

É só, gente... Desculpem o relato tão tardio, mas é que eu adoeci essa semana (mimimimimiii...) e tô com alguns trabalhos pra entregar na universidade. Mas vai dar tudo certo :)

Um beijo pra vocês!

[Ah, na quarta eu postei mas com a correria de ir pro estádio eu esqueci de divulgar o link! Para ler, é só clicar aqui!]