Samba do
crioulo doido. Sem brincadeira, essa foi a primeira coisa que me veio
na cabeça ao desembarcar em Istambul. Depois de um voo
tranquilíssimo, chegar no aeroporto de Atatürk foi um choque. Não
havia lugar pra uma formiga sequer ali. A fila pra checagem do
passaporte estava ridiculamente grande. Levei mais ou menos 45
minutos entre o desembarque e finalmente conseguir pegar minhas
bagagens – que eu tava morrendo de medo de perder, depois de
ficarem esse tempão lá ao léu!
Quando
cheguei na área de desembarque, onde o motorista do transfer tava
esperando, me senti numa feira. Era muita, muita, muita gente! Do
lado de fora, atravessar a rua foi um feito! Três, quatro carros
dividiam a mesma faixa, a quantidade de buzinas por segundo era
ensurdecedora, e nós pedestres tínhamos que encher o peito e
começar a andar na cara e na coragem, acreditando que não iam pasar
por cima de nós. Um detalhe particular: já passava da meia noite,
eu havia passado o dia praticamente 6 horas esperando no aeroporto de
Sofia depois de 13 horas num trem. Ou seja: meu sono estava no nível
The Walking Dead.
Mas minha impressão sobre Istambul passou a mudar assim que o
motorista começou a dirigir pela cidade em direçao ao albergue.
Avenidas largas e super iluminadas, canteiros lindos e floridos, e na
orla do Mar de Mármara, vários grupos de jovens e famílias fazendo
pique-nique na madrugada. Invejei todos na hora, Cheguei no albergue
e fui levada ao meu quarto. Mesmo que com um olho aberto e outro
fechado tomei um longo banho pra depois morrer com farofa na cama, lá
pelas 2 da manhã!
Acordei por volta das 10 horas pra descobrir que eu “acidentalmente”
tinha escolhido um albergue que ficava pertíssimo dos principais
pontos da cidade antiga. E de verdade, gente, aconteceu um imprevisto
e eu tive que escolher o albergue em Istambul com tanta pressa que eu
literalmente reservei o primeiro que vi pela frente! Além da ótima
localização, o café da manhã era servido no terraço. Resmunguei
um pouco subindo os três lances de escada, mas calei a boca ao me
deparar com isso:
Que
presentão! Saí por aí naquele meu estilo de
vou-entrar-no-primeiro-lugar-interessante-que-eu-encontrar-pela-frente.
Que surpresa quando eu parei em frente à Sultanahmet, conhecida como Blue
Mosque (Mesquita Azul), que é o cartão postal da cidade! Como minha
calça legging e minhas Havaianas não estavam adequadas ao lugar,
voltei pro albergue, coloquei uma roupa mais propícia, comprei um
véu e voltei pra linda Sultanahmet...
Maravilhosa, né? E quem é noveleiro vai reconhecer as fotos abaixo:
são da Yerebatan Sarayı, a Cisterna de Basílica. Lembro que o único capítulo que vi
da novela Salve Jorge foi um em que a Morena inteligentíssima
resolvi fugir de alguém por essa basílica – prova de que lhe
faltavam alguns trilhões de neurônios, já que ela só tem uma
entrada e uma saída. Enfim, com ou sem Morena, babei demais na Yerebatan Sarayı.
Olhem essa iluminação incrível!
Resolvi dar uma parada pra abastecer o tanque, e se você tá na
Turquia, você tem que comer Kebab pelo menos uma vez, né? Muito,
muito, muito delicioso!
Próxima parada: Ayasofya, que também chamam de Hagia Sophia. É também
uma mesquita, linda de morrer. Pena que tava em reforma...
Um vovozinho me viu sentada no banco e pediu pra tirar uma foto! hahah.. fofo :) |
Saindo da Ayasofya, voltei para o albergue passando pelo Arasta Bazaar, um mercado que
ficava no caminho. Os cheios, as cores, os objetos... tudo lindo de
morrer!
Tomei um banho e resolvi dar uma andada no parque Gülhane. Do lado do parque tem
um palácio (o Topkapi), mas ele tinha fechado 10 minutos antes de eu
chegar! Me contentei em sentar na grama e admirar as rosas :)
Voltei pro albergue, admirei meu terraço mais um pouquinho, e caí
na cama. Bem, uma das principais razões pelas quais eu quis vir para
a Turquia foi rever uma grande amiga chamada Begüm. Nos conhecemos
no ano passado, em Londres – ela também foi blogueira durante as
olimpíadas para a Samsung. Begüm não estaria em Istanbul nos dois
primeiros dias da minha visita (mas no último sim, e foi o mais
legal! Vou falar dele amanhã!), então ela pediu pra um amigo me
acompanhar na segunda-feira. O nome dele é Baris, e ele foi super
prestativo!
Nossa primeira parada foi o Kapalı Çarşı Tarihi (Grand Bazaar/Grande Mercado) – um mercado fechado
gigantesco, com cerca de 40 ruas de tudo o que se possa imaginar!
Quem me lê há um tempinho sabe que eu não só não sou consumista
mas também odeio compras, mas no Grand Bazaar minha vontade era
gastar todo o meu dinheiro e ainda vender cabelo e alguns órgãos
pra pagar por todas as belezas dali. Pensei muito na minha mãe e no
problema logístico que teríamos pra voltar pra casa caso ela
estivesse comigo :D [Mãe, te amo! E a senhora merece o mundo
inteiro!]
Depois de lá, mais um mercado: o Mısır Çarşısı (Spice Market/Mercado de Especiarias). Ele é bem menor, e a sua
especialidade são os temperos, chás, pimentas, ervas e condimentos
de tudo quanto é tipo. O cheiro era maravilhoso demais pra ser
verdade, minha genteeee!
Do lado do Mısır Çarşısı havia mais uma mesquita: a Yeni Cami (New Mosque/Nova Mesquita). Não perdi a
oportunidade de usar meu hijab turco mais uma vez, né?
De
lá, seguimos para a ponte Galata, onde atravessaríamos pra conhecer
outro lado da cidade. Baris quis que eu provasse algo típico e me
trouxe de surpresa um sauerkraut. Minha geeeeente... vocês sabem que eu
adoro provar comida de outros países, mas essa foi jogo duro. Quando
vi aquela aguinha rosada ao longe, pensei: oba, suco!.
Ah, que engano! É um caldo frio, salgado e apimentado com repolho e
picles dentro. Juro que tentei tomar o máximo que pude pra honrar a
boa vontade de Baris, mas encarar o sauerkraut foi difícil mesmo!
Cuspindo
fogo que nem um dragão, passamos pela ponte e segui caminhando com
ele para a torre Galata, de onde se tem a vista mais linda da cidade.
Istambul é de tirar o fôlego, gente, e as fotos dessa amadora aqui
jamais vão expressar o quanto esse lugar é incrível! E que delícia
sentir novamente o ventinho do mar...
Lá pras 4 da tarde, finalmente conseguimos parar pra almoçar.
Derreti de amores por esse tal de Iskender – um prato típico feito
de carne, pão e que se come acompanhado de um creme maravilhoso.
Esse com certeza ganhou o Oscar de melhor comida do mochilão. Quase
que eu não levantava da cadeira depois!
Mas caaalma, gordinho não vive sem sobremesa! Baris pediu um Kadayif pra mim, e eu topei sem nem saber o que era (se não tivesse picles,
repolho, pimenta e água rosinha, tava tudo ótimo!). Eu sei, já ta
ficando chato eu dizer toda hora que isso ou aquilo era uma delícia,
mas era mesmo! Comecei a ver que, em se tratando de culinária turca,
as chances de não ser bom são pouquíssimas... Olhem aí que coisa
linda!
O çay (chá) turco é a bebida obrigatória antes, durante e depois de todas as refeições |
Terminamos o dia emna região de Taksim e eu voltei pro albergue, dando mais uma
passada no Arasta Bazaar. Me senti a criatura mais linda do mundo.
Passar num mercado assim é tipo andar na frente de uma obra no
Brasil: você sai sendo o “meu amor” de todo mundo! A vantagem é
que os vendedores são geralmente brotos. Acho que isso é uma
estratégia de marketing, sabia? Porque eu estou consciente que já
não sou essa Coca-Cola toda, ainda mais depois de um dia inteiro
andando, completamente torrada e suada.
E
esses foram meus dois primeiros dias na Istanbul maravilhosa – mas
o melhor ainda estava por vir! Passa aqui de novo amanhã que tem
mais história, com o grand finale
do meu mochilão!
Beijos!
Ana lú que aventura, quanta coisa linda, gostosa, colorida um sonho!!! Você ficou linda com hijab turco arrasou!!! Fique na paz lilica
ResponderExcluirUm sonho mesmo, Lilica! E que bom que você gostou do hijab!
ExcluirUm beijão!
Lindinha, q bom q em Istanbul está sendo recompensador para vc.
ResponderExcluirDeus te abençoe.
bjs brasileiros, potuguares e lindinhos,
Foi demais, lindinha!
ExcluirBeijos turcos pra você
Já tá acabando? Que chato... pensei que ia ter mais. Tava curtindo muito tirar um relax dos estudos e vir aqui no seu blog acompanhar um pouco da sua viagem.
ResponderExcluirOww... quem dera, Kelly! E eu já to me coçando pra colocar o pé no mundo de novo! hihihihi
ExcluirOlá, Ana (xará) kkkk... Ando acompanhando seu blog, ótimo por sinal, pq sou reoptante UK dessa chamada agora 2013, tô amando!! Sei que vc está vijando, mochilão e tal, mas gostaria de saber como vc fez pra achar a igreja menina!! Sou batista e estou muito triste por ficar longe da igreja que frequento... Aguardo sua resposta!
ResponderExcluirBem, é isso. Espero que continue sendo maravilhosa sua viagem e quem sabe, daqui a alguns meses, eu mando saudações já da terrinha de Beth! Hahahaa
Bjs.
Oi, Ana! Que nome lindo ^^ hahahah
ExcluirAh, legal saber que você tem acompanhado o blog e vai participar do CsF também!
Eu também sou batista, mas a verdade é que nunca fui tãaao ligada a denominação, sabe? Quando vim pra Londres, nem procurei uma igreja batista, fui logo pra Hillsong - que sempre foi meu sonho! Mas tenho certeza que você encontra alguma batista por aqui sim!
Até breve nesta terra linda!
Beijão
Prazer em conhecê-lo, o prazer é meu.. Peço desculpas por suco de picles .. :)
ResponderExcluirVê-lo novamente,
Baris.
Hahaha... Bariiiis! Thank you so much again!
ExcluirAnd you don't have to apologize for the sauerkraut at all! I know you did it in the best of intentions ;)
See you!