Viena do meu jeito!

Hallo, todo mundo!

Estou em Viena, na Áustria! Que maraviiiiilha! \o/

Antes de tudo, to dando pulinhos de felicidade e quero compartilhar e agradecer a vocês: hoje o Na Terra de Beth ultrapassou 50mil visualizações! Que lindooo! Valeu mesmo, gente :)

Agora vamos ao mochilão. Preciso dizer que, por um triz, não peguei o trem errado e fui parar lá não sei aonde. Mas aqui estou! Quando cheguei na cabine onde meu assento tava reservado, umas 4 meninas estavam lá, deitadas umas por cima das outras... além da bagunça, tava um chulé insuportável! kkkkkk... fiquei verde na hora! Eu fui me espremendo pra chegar até o meu assento, e quando finalmente sentei elas admitiram que estavam na cabine errada - usando aquela só porque estava vazia. Fiquei sozinha e abri todas as saídas de ar possíveis pra dar uma renovada, né? Depois chegou uma tiazona mochileira também, ela ocupou uma fileira de bancos e eu a outra. Dormimos que foi uma beleza \o/

Cheguei no albergue por volta das 7h. Gente, que lugar massa! A estrutura é incrível, nem dá pra acreditar que é um albergue. Tomei um café da manhã por uma bagatela, deixei minhas malas e resolvi trocar de roupa pra sair. Tinha visto na previsão que hoje faria entre 15 e 25 graus, com o céu parcialmente nublado. Mas pra mim essa história de parcialmente nublado não existe. Ta frio ou ta calor. Ta chovendo ou não ta. Coloquei um short e saí. Não dei 5 passos e o céu fechou por inteiro, começou a chover e o vento tava frio de doer! Dei meia volta e aderi novamente à minha boa e velha calça jeans.

Na estação, comprei um ticket que dá direito a 48h usando qualquer transporte público por 11 euros. Perfeito! Eu não tinha feito nenhum roteiro, então algo assim era o ideal pra me permitir rodar por aí. Resolvi entrar no primeiro bonde que passasse e descer no lugar mais lindo que eu visse. Eu já tinha estado em um país de fala alemã antes, então tenho uma noção do que as placas e nomes significam. Alemão não é tão difícil assim. Em geral, você junta tudo e coloca o substantivo importante no final. A terminação straße, por exemplo, se refere a rua. Então Rua das Rosas Vermelhas e Violetas Azuis, em alemão seria algo do tipo hösaswermelhaaswioletasazuisstraße. Af, coisa fácil!

Então, lá fui eu rodar por aí sem roteiro! Foi quando de repente... vi um negócio amarelo gigante... eu sabia que já tinha visto aquilo ali em foto! Apertei rapidinho o botão de parada e desci do ônibus. Não tinha placa nenhuma, mas tava todo mundo entrando, então eu fui também. Anda daqui, anda dali... e descobri que eu estava no Palácio de Schönbrunn, residência da família imperial austríaca do século XVIII até meados do XX. Que chique, beeeeemmmm!!! Não entrei porque pra mim já deu de palácios... Nas últimas semanas vi pelo menos 5 - já ta bom desse negócio de luxo. Fiquei admirando por fora e fui visitar os jardins - porque era de graça :D

Mais uma das milhares estátuas europeias
de mulheres com o bumbum de fora...
Depois dizem que os brasileiros é
que são saidinhos!

W de Wunderbar: maravilhoso! 

Saindo de lá, continuei na minha estratégia de pegar qualquer transporte pra qualquer lugar. Depois de andar pra caramba, entrei na primeira estação de metrô que encontrei, e nem vi a direção pra qual ele ia. Logo depois que ele saiu, comecei a sentir uma falta de ar grande! Às vezes me sinto meio claustrofóbica mesmo. Resolvi sair na próxima. E aí... tcharaaaaammm! Encontrei o Bruno Kreisky Park. Não sei o que esse cara fez, mas ele deve ter sido uma pessoa muito amada e querida... porque além do parque ser uma fofura, colocaram redes penduradas nas árvores. Deixei minha nordestinidade aflorar e fiquei lá passando um sufoco danado!

É por essas coisinhas pequenas que eu não gosto de grupo de turismo. Não me importa ver o que todo mundo vê! Eu quero é conhecer a cidade, saber como são as ruas, o que fazem as pessoas. E isso só dá pra fazer saindo por aí! No parque, fiquei pensando em como os governos dos países europeus que já conheci respeitam seus cidadãos e buscam promover qualidade de vida. Ao que parece, aqui bem-estar não é tido como luxo ou paliativo. E se você tem um governo que considera isso uma necessidade, acho bem óbvio que os índices males individuais (doenças físicas e psicológicas) e sociais, como a violência, diminuam bastante! Enfim... eu e minhas filosofias. É nisso que dá passar tanto tempo sozinha!

Bom, do parque do Bruninho lindo, resolvi achar um lugar pra almoçar. Peguei um busão qualquer, mas logo em seguida todo mundo começou a descer, e uma senhorinha virou pra mim e disse algo do tipo "hamuhsmksplaëian" - que eu traduzi para "todos têm que ralar peito". Obedeci e peguei outro ônibus, que me deixou bem perto do albergue. Comecei a andar e encontrei uma placa com palavras reconhecíveis: pasta (massa), penne, e spinat (que imaginei ser espinafre):

...e pra mim, isso era mais que suficiente! Quando a garçonete chegou, simplesmente apontei pra placa pra não arriscar uma pronúncia terrível de alemão. Era um desses restaurantes que têm mesinhas do lado de fora, sabe? Bem europeu mesmo! Fiquei lá, me achando a goiabada por cima do queijo. E a comida tava maravilhosa!!!

Voltei pro albergue, e adivinhem só: meu quarto é só de meninas! Mamãe e papai podem respirar aliviados pelo menos por duas noites! Dei um cochilex e acordei pra me arrumar pro meu programa noturno: ver um balé do Volksopera - um dos teatros de ópera e balé mais tradicionais daqui. Não, eu não gosto de balé. Mas essa é uma daquelas tradições que eu tinha que cumprir, né? Até porque era um sonho da minha mãe. Olhem o ticket, que fineza:

Em preparação pra minha noite gala, entrei em um café perto do teatro e pedi um apfelstrudel, porque era a única coisa do cardápio que eu sabia pronunciar. É uma torta folhada com recheio de maçã, sobremesa bem tradicional daqui. Pra acompanhar, um kafe wienner melange - seja lá o que isso queira dizer. Veio tudo lindo, né? Fiquei babando...

...até dar a primeira garfada. Deu vontade de sair correndo até a cozinha e perguntar ao confeiteiro se ele conhece a palavra "açúcar". Que negócio sem graçaaa! Uma colherinha de leite condensado teria resolvi o problema. Fui tomar o café pra dar uma melhorada, né? Minha nossa senhora, comecei a rir do meu infortúnio gastronômico. Tava um horrooooorrrr! Acho que essas coisas chiques definitivamente não são pra mim :D

Entrei no teatro com toda aquela pose. Isso até descobrir que essa era a vista do meu assento:

Ri ALTO, sem brincadeira!!! O que é que eu ia ver dali? Quando finalmente as três sirenes soaram pro espetáculo começar, entraram as outras pessoas que ocupariam as cadeiras na minha frente. Em vidas passadas, eles devem ter sido girafas. Aí que lascou tudo mesmo! Conseguir ver pedaços de pessoas apenas - braços e pernas girando pra lá e pra cá. Não segurava as risadinhas quando um dos caras cruzava o palco com aquelas calças bem apertadinhas! hihihi...

E assim, minha experiência com balé em Viena durou exatamente 15 minutos. Ah, gente, desculpa aí, mas tava um saco. E eu não sou do tipo de fingir que gosta do que todo mundo gosta, ou vê o que todo mundo vê. Pelo menos tinha dado tempo de tirar umas fotinhas antes do espetáculo começar! Então, mãe, eu fui num teatro de balé em Viena!!!

Daí resolvi fazer uma coisa que é bem a minha cara: alugar uma bicicleta e sair por aí. Aaaah, que alegria! Esqueci que estava de vestido e saí pelas ruas cantando alto, falando sozinha, feliz e sabendo que não vou esquecer desse presentão que Deus tem me dado! As pedaladas sem rumo e o vento no rosto valem muito mais do que qualquer luxo pra mim!

E essa foi a aventura de hoje. Meu mochilão ta a minha cara, do jeito que eu sempre sonhei! E amanhã tem mais Viena \o/

Beijão!