sexta-feira, 10 de maio de 2013

Historinhas de bolso

Oi, todo mundo!

Já mudei de terra: estou em Budapeste, capital da Hungria! Depois de um atraso de quase uma hora naquela estação linda e fresquinha (só que não!) de Bratislava, finalmente peguei meu trem e cheguei. Mas antes ainda deu pra curtir um pouquinho a cidade...

Fui novamente na praça onde tinham as feirinhas. Desde ontem eu havia notado um cheiro maravilhoso saindo das barraquinhas, e hoje entendi o porquê: eles fazem uns cordões de frutas e folhas secas e canela, pra serem usados como decoração e aromatizante. Amei a ideia! Se não tivesse ainda tantos dias de viagem, levaria um pra minha casinha Londrina :)


E na minha última refeição, escolhi comer algo bem típico também. Não pensei que eu abandonei o Mc Donald's! Já estou destinada a comer pelo menos uma vez em cada país que visitar – acho que isso faz parte do meu crescimento pessoal e do meu investimento em cultura internacional. Foi lá que tomei café, aliás! Mas voltando à comida típica... Foi no almoço, na verdade! Resolvi seguir mais uma sugestão de Dominika e comer a cesnaková polieva v bachníku. É uma sopa de alho com condimentos que vem dentro de um pão! Olha que apresentação linda!!!



E tava uma delícia mesmo, mas fiquei com aquele bafinho dos deeeeuses! Se o Conde Drácula encontrasse comigo na rua, ele ia implorar por misericórdia. Nessa hora, fiquei super feliz por estar viajando sozinha, porque nenhum sujeito é tão ruim que mereça conversar com alguém depois de uma sopa de alho!

Bem, e assim eu encerrei minha passagem pela Eslováquia. E no caminho pro trem, tive uma ideia... Em viagens anteriores, sempre que aconteciam aquelas coisinhas que eu tinha certeza que ficariam guardadas na memória. Por isso não me preocupava muito em escrever... Infelizmente eu estava errada: muitas delas eu já esqueci. Eu sou do tipo de gente que pensa que o que é importante mesmo a gente lembra – com ou seu registro. Mas também acho que, no futuro, vou gostar muito de desenterrar minhas historinhas de bolso. Então lá vão algumas que eu já acumulei nesses 6 dias:

***

Olho grande, bolso pequeno
Logo no meu primeiro dia, estava toda animada pra comer alguma coisa bem típica da República Tcheca. Alma de gordinho é assim: pensa logo em comida! Fiquei toda animada ao ver o preço do halušky, que é uma mistura de batat, bacon, queijo e repolho. O cara que serviu colocou uma porção enorme, e eu pensei em quão grande era a minha sorte de ter encontrado comida típica por um preço tão pequeno. Na hora de pagar, quase pedi pra devolver: o preço informado na placa era por 100g, e não pela porção inteira! Paguei quatro vezes mais do que esperava. Bem que dizem que gula tem seu preço!

Acerto de contas
Em uma das tardes em Praga, no caminho de volta pro albergue, vi um atropelamento! Uma van estava andando de ré e acabou atingindo um cara semi-bêbado que estava passando sem atenção. Ele deu com a cara na traseira da van e caiu. O motorista imediatamente parou e saiu do carro. Pensei imediatamente: lá vem barraco. Depois de se olharem por uns segundos, o atropelado deu um tapão no peito do motorista. Eu já estava preparada pro UFC! Em resposta, o motorista deu um tapão de volta no peito deles, e os dois sorriram. Acho que é com essa gentileza que se acertam as contas na República Tcheca...

Torre de Babel
Eu tenho um problema em desconectar-me de idiomas. Sempre que saio de um lugar cuja língua eu falou ou conheço minimamente, eu acabo absorvendo as palavras chaves e levando até o próximo destino. Ao chegar em Praga, eu sempre pedia com licença ou agradecia em francês, porque eu tinha acabado de sair da parte francófana da Suíça. Até aí tudo bem, porque eu de fato falo um cadinho de francês. O pior mesmo foi em Bratislava, quando eu cumprimentava dizendo Hallo e agradecia dizendo Danke. Agora me fala, cérebro querido: de onde você tirou que eu sei falar alemão???

Na camaradagem
Quem não gosta de, ao estar viajando, ser abordado com simpatia por pessoas locais? No meu caso, foi um bêbado em Viena, pedindo um pouco da minha batata frita do Mc Donald's. Não sou muito fã de dividir comida, mas não vi como dizer não, e entreguei a caixinha inteira. Logo depois chegaram outros três amigos dele (também bêbados), e um deles sentou do meu lado. Claro que não entendia uma palavra do que ele dizia, mas percebi que ele estava se desculpando pelo comportamento lamentável do seu amigo. Me limitei a sorrir e balançar a cabeça, tentando comunicar que não tinha problema. Em resposta à minha “simpatia”, o que tinha recebido as batatas estendeu o punho fechado na minha direção pra eu tocar, tipo um bate aqui. Por que não?!

Politicamente correta
Em muitos países da Europa (e todos onde já fui, com exceção do Reino Unido), o transporte público funciona meio que na confiança. Existem máquinas nos pontos e estações para as pessoas comprarem seus tickets antes de entrarem no transporte. Entrar sem pagar é muito fácil, mas um grande risco também – já que de vez em quando aparecem agentes que checam os bilhetes, e estar sem significa multa alta e até cadeia. Em 3 meses morando na Suíça (onde o sistema funciona assim) e vários passeios por outros países, eu nunca tinha visto um agente. Na saída de Viena, eu estava super atrasada e meu ticket tinha expirado há uns poucos minutos. Considerei simplesmente correr o risco e entrar no metrô com aquele mesmo. Mas resolvi arriscar perder meu trem pra fazer a coisa certa. Quando finalmente peguei o metrô, quem entra logo atrás de mim? Um agente, é claro, verificando os tickets de todo mundo. Meu coração gelou e eu quase disse um “uuuuuufa” em voz alta!

Saudade do linguarudo
Hoje, 10 de maio, eu chorei de saudade pela primeira vez. Acordei pensando muito no meu irmão e não resisti: apesar de serem apenas 5 da manhã no Brasil, tive que ligar pra falar com ele. Pra minha sorte mamãe atendeu e o acordou, e eu não consegui evitar um chororô no meio da praça enquanto falava com ele. Quando desliguei o telefone, comecei a pensar no porquê dessa coisa tão repentina, se até ontem tava tudo bem. Daí lembrei do sonho que tive na noite anterior: estávamos eu e Filipe no portão de casa, e ele convidou dois sujeitos bem esquisitos pra entrarem. Depois de uma longa conversa – e eles até pareciam ser nossos amiguinhos! - um deles disse: “Me passa o celular”. Meu irmão, num golpe de gênio, respondeu: “Ah, não! O Galaxy S3 da minha irmã não!”. E o bandido, obviamente: “Ah, tem um S3? É esse mesmo que eu quero!”. E lá se foram os dois levando o meu celular, e me deixando com uma vontade de acabar com a raça do meu irmão! Kkkkkkkk... Que bom que de manhã eu substituí a raiva por saudade. Te amo, Fil!

Boate de banheiro
Essa coisa de saudade do meu irmão me deixou bem pra baixo de manhã, mas o Mc Donald's me salvou novamente! E olha que dessa vez eu nem comi! Entrei só pra ir ao banheiro, e quando cheguei lá, tava tocando uma música eletrônica nas alturas! Trancada na minha cabine, comecei a sentir o humor mudar e dancei horrores naquele cubículo, tendo o vaso sanitário como minha única companhia. Foi a menor e mais legal pista de dança da minha vida!!!

***


E por enquanto é só, gente...
Amanhã volto aqui pra falar sobre Budapeste! To super animada pra conhecer a cidade \o/

Beijão

10 comentários:

  1. Amooo as suas histórias!!! :D
    Tanta viagem vai te deixar milionária em cultura e experiências incríveis!!
    Saudadeee ;****

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    1. Paaatch! Que linda!
      Realmente, não dá pra medir o quanto estou rica!
      Muita saudade! Beijão

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  2. Filha, isso tem que virar um livro. É muito bom participar das suas aventuras. A gente tá com muita saudade, mas se sente aí, bem pertinho de você. Te amo.

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    1. Nossa, mami, não sei se estou nesse nível de autora de livro não! kkkk
      Eu também estou com saudade e te amo demais.
      Um beijo!

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  3. Você é estanha, XU.
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Mermão, dodjo, quanta comédia!
    Continue fazendo tudo, anotando tudo e nos contando TUDOO!
    Amo você.

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  4. Definitivamente, essa foi uma das melhores postagens sobre o mochilão kkkkk
    Mesmo bem simples, sem as fotos lindíssimas e sem um pouco de história, foi bom saber o que de fato está acontecendo e como vc se sente. Essas coisas que acontecem nas entrelinhas sempre são as melhores!

    PS: não consegui não rir quando imaginei vc dançando no banheiro hahahahahhaha
    Abração

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    1. Felipe, querido! Que bom que você gostou \o/ Quero muito guardar esses momentos que "acontecem nas entrelinhas" (amei essa definição!).
      Ah, e pode rir mesmo, porque eu sou um de-sas-tre dançando, mas isso nunca me intimidou :D ahahaha...
      Abraçãaao!

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  5. Lindinha, nem sei o que dizer de vc, kkkkkkkkkkkk. Comediante, sentimental, aventureira e deixa pra lá, kkkkkkkkkkk. Estou ficando expert em Europa, kkkkkkkkkk.
    Deus te abençoe.
    bjs lindinhos, potiguares e brasileiros

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    1. Oi, lindinha!!!
      Realmente, eu to uma mistureba, né?
      E eu acho que a gente tem que fazer uma vaquinha pra trazer você pra Europa. Se de longe essa professora de geografia já é empenhada assim, imagine por aqui!
      Um beijão mochileiro

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