Oi, todos!
Faz um tempinho que eu não posto especialmente pro pessoal do Ciência sem Fronteiras. Tá na hora, né? O post de hoje é atendendo a uma sugestão que o Mário, leitor do blog, me enviou. Além disso, a Priscila, minha grandissíssima amiga de infância (que em breve vai estar aqui pertinho!) também tem conversado comigo sobre o assunto ultimamente.
Bom, uma das etapas mais importantes pra quem está tentando o Ciência sem Fronteiras é a produção do Personal Statement. Basicamente, é uma carta às universidades em que você tem a oportunidade de dizer por que você é essa Coca-Cola toda e eles têm que te aceitar como aluno.
Aqui no Reino Unido não existe vestibular, e o PS é com certeza uma das etapas de maior peso na seleção de alunos para as universidades. Ainda agora fui ali na cozinha e vi um livro em cima da mesa, com o título Como entrar para uma faculdade de medicina - o guia completo pra escrever seu Personal Statement. Imaginem a importância do negócio. E não era um livro fininho não, tá? Tinha umas 200 páginas fácil fácil.
Então está entendido: o PS é a sua vitrine e o seu grande argumento dessa seleção. Lembre-se que as Universidades não vão ter acesso a suas notas do Brasil. Ainda que você seja um gênio da lâmpada na sua área de estudo, infelizmente ninguém vai saber a menos que você faça um PS porreta. Pense bem: depois da homologação do CNPq, TUDO o que conta é isso e as notas de proficiência. Sabe aquele carinha que passou raspando em todas as matérias, não fez os trabalhos, faltou metade do semestre mas é fera em inglês? Pois é, se o PS dele for melhor que o seu, fim. Eu sei, a vida é injusta.
Tem milhões de guias por aí sobre como escrever um bom PS, mas o que realmente me ajudou foi o guia da UCAS, disponível
neste site. Mas pra não dizerem que eu to com preguiça, juntei aí algumas dicas que podem ser úteis:
Não minta
Ainda que seja tentador, é antiético e pode te colocar em risco caso eles peçam alguma comprovação disso. No caso de Indústria Criativa, por exemplo, dizer que você tem uma vasta experiência e apresentar um portfólio pobre é uma contradição.
Se ame na medida.
Procure ter certeza de que sua auto-estima está em níveis normais na hora de escrever o PS. É claro que você tem que se promover, mas cuidado pra não virar a Narcisa Tamborindeguy na tentativa de vender seu próprio peixe.
Seja humano... também na medida
Apesar do maior objetivo do PS ser mostrar suas capacidades acadêmicas e experiências e aspirações profissionais, também é válido incluir coisas que falem sobre suas preferências e projetos pessoais. Mas vamos com calma, nada de dizer que você quer uma casa no campo e se casar com o Hugh Jackman (ops, essa sou eu!).
Segure esses very
Intensificar um ou outro adjetivo é legal, mas cuidado pra não sair colocando very na frente de tudo quanto é coisa, ou seu PS vai ficar very shitty e very superficial. E se no final das contas o resultado não for bom, você vai ficar very sad por ter perdido essa oportunidade very good.
Revise incansavelmente
Um trilhão de vezes. E quando terminar, revise de novo. E depois, mais uma vez. Uma segunda opinião também é legal. Mostrei o meu PS pra mamãe, e ela me ajudou bastante a dar uma enxugada no texto, que originalmente estava bem maior do que o que eles pedem.
Conecte frases e parágrafos
Eu não deveria nem mencionar isso, porque é super básico pra qualquer produção de texto. Mas conselho nunca é demais. Cuidado pra não sair com algo do tipo: Ok. Vou falar um pouco de mim. Nasci aos 7 meses. Amo ciências. Sou vegetariano. Quero ir pro Reino Unido porque assisti todos os filmes do Harry Potter. (e pelo amor de Deus, se você quer vir pra cá por isso, fique por aí! kkkkk...)
Bom, agora que todos os fãs de HP estão querendo me matar, eu já vou me despedindo. Deixo com vocês o meu PS, lembrando que eles mantêm um banco de dados com os textos de alunos, e plágio é imperdoável por aqui. Na minha universidade, por exemplo, copiar algo de alguém em um artigo científico dá expulsão :) Mas é claro que vocês não vão copiar o meu! Que os de vocês sejam bem melhores \o/ Arregacem as mangas e boa sorte!
***
Choosing
a career was not an easy decision until my early teen years. I had
interests in many different areas. All my doubts vanished at once
when I was 14 years old – that was when I entered a TV studio for
the first time. Even though I had always appreciated television and
cinema, I could never imagine I would fall in love with the cameras
the way I did.
By
that time I was a student of a technician Tourism course and High
School. A deep interest for languages and traveling guided my choice,
and during that time I could study Spanish and French, besides
improving my English. In my very first year, some friends encouraged
me to apply for an audition to host a television program of that
school. One week later I found out I had been chosen, even though I
had no prior experience at all.
Seven
years have passed from that first time to now, and as I look back I
can see how many wonderful opportunities I have had throughout these
years. I have hosted 4 programs, participated in 3 television pilots
and presented 2 documentaries. By working on TV I had the chance to
develop several tasks: hostess, newscaster, producer, interviewer,
reporter, script editor, video editor and camera operator. That has
given me vast experience for both behind-the-scene tasks and
front-camera activities. And as a undergraduate student of Social
Communication, I have participated in many projects at the
University.
Besides
working and having an intense academic life, one thing I really enjoy
doing is volunteer work. Every year, I travel abroad to work for an
international non-profit organisation. I have been to Switzerland,
Argentina and Kenya for volunteering, besides visiting France, Italy,
Germany, Uruguay and South Africa. Being a volunteer has changed a
lot my perspective of life. Now I feel more prepared to deal with
people from different backgrounds. The many assorted areas in which I
have worked as a volunteer made me learn more about myself and my
skills. And since I always travel on my own, those experiences have
helped me become more independent. I reckon that will certainly make
the difference when I arrive in the UK as an exchange student.
The
United Kingdom has been in my life in many different ways. I grew up
watching Charlie Chaplin, always mesmerised by his brilliancy. At the
University, I am constantly doing research on the UK's admirable
Communication and Media system, home for the best TV and Radio
stations in the world, and for their amazing Cinema industry that
goes from Alfred
Hitchcock's masterpieces to incredible Harry Potter.
And in my most rewarding experience in drama, the UK was there too. I
played Hermia in Shakespeare's acclaimed classic “A Midsummer
Night's Dream”.
After
so long admiring the UK over long distance, I finally had the chance
to be there. Last summer, I was chosen by a major technology and
communications multinational to work as a blogger for the London 2012
Olympic Games. My job was to develop web content for that company,
along with other participants from all over the world. I really
learned a lot!
Now
it's time for me to start investing deeper in my future and pursuing
the goal of woking with Cinema, linking my experience on TV with my
interest for filmmaking. I know the United Kingdom is the best place to be as I seek
my objectives, and I will definitely make the most of the opportunity
of acquiring high-quality education that will help me play a
significant role as a professional of the creative industry.