segunda-feira, 22 de julho de 2013

Luxemburgo: meu passeio arruinado

Continuando a saga por Benelux, minha próxima parada depois de Bruxelas foi Luxemburgo, capital de Luxemburgo (sim, a cidade e o país têm o mesmo nome). Apertadinho entre Bélgica, Alemanha e França, Luxemburgo é o sexto menor país da Europa. E como já mencionei, conhecê-lo foi ideia do meu irmão. E olha só como Deus orquestra as coisas de maneira tão legal: há pouco mais de um mês, eu tava num encontro com algumas meninas da Hillsong e comecei a conversar com uma que eu não conhecia. Ela perguntou como estava sendo a vida em Londres e se eu tava conseguindo viajar bastante. Falei do quanto tenho adorado tudo e contei também do mochilão. Em seguida ela perguntou quais os planos para a próxima viagem, e eu disse "Bélgica, Holanda e Luxemburgo". Isy arregalou o lindo par de olhos azuis dela e me disse que ela era de Luxemburgo e que nunca tinha ouvido ninguém dizer que queria ir pra lá. Continuando a conversa, descobrimos que eu tava planejando a viagem justamente pra época em que ela estaria no país, passando férias com a família. Não paramos de nos falar desde então, e com certeza a melhor parte de Luxemburgo foi ter passado tempo com ela!

Na terça-feira, depois de pouco mais de 3 horas em um trem lotado de umas dezessete mil quatrocentas e cinquenta caravanas de crianças escoteiras (sofri demais e repensei minha ideia de ter 5 filhos), desci na estação onde Isy me encontrou. Almocei com ela e seus irmãos e ja tava adorando tudo. Céu limpinho, conversa boa e lasanha! Fazia uns mil anos que não comia lasanha, todas as minhas células gritavam de felicidade. De lá, começamos o passeio...

A cidade de Luxemburgo é bem pequena tanto em tamanho quanto em número de habitantes. Isy falou que lá, o fluxo de pessoas é mais ou menos 1 milhão (em todo o país!) de segunda a sexta, mas a população real é algo em torno de 600 mil habitantes. Por ser tão pertinho de França, Alemanha e Bélgica e por causa dos altos salários que o país oferece, muita gente vai pra lá só para trabalhar, mas sem fixar residência. Interessante, né?

Outra coisa que me fascinou em termos de cultura é que todo Luxemburguês fala pelo menos três línguas, que são as oficiais do país: francês, alemão e luxembourguish. Isso até o primeiro ano do ensino médio, quando eles também aprendem inglês (de qualidade) na escola. Eu aqui me virando em 5 com minhas três línguas e meia (porque meu francês me salva mas é absolutamente bizarro), e as criaturas com 17, 18 anos falando quatro línguas obrigatórias. Some a isso os interesses pessoais por idiomas distintos, e no final você tem um país cheio de jovens capazes de falar 5 ou 6 línguas. Genial!

Ah! E uma curiosidade sobre comunicação lá: ao saudar alguém ou começar uma conversa, se deve falar "Moien", que é oi em luxembourgish. O idioma do resto da conversa é determinado por quem responde à saudação. Pode ser luxembourgish, francês ou alemão. Chique, né?

Luxemburgo começou nos meados dos anos 900, com a construção de um castelo. Pouco a pouco foram povoando os arredores, até que a nação se estabeleceu. Por sem bem pequeno e estar localizado entre forças colonizadoras da época, principalmente França e Alemanha, o país teve que fazer muito pra não ser integrado a um dos vizinhos. E apesar de ter perdido parte do território original, eles resistiram! Uhul! Muito disso se deve à fortaleza imbatível que eles construíram, em forma de zigue-zague. É possível caminhar por Luxembourg City pelas ruínas dessa fortaleza. A cidade é bem cheia de subidas e descidas, e tem um vale no meio por onde passa o Rio Alzette. Verde e pontes são o que não faltam por lá. Não vou nem dizer que é lindo, porque as fotos vão comunicar isso melhor do que eu.


Isy e eu andamos muito e torramos no sol que tava fazendo. E é claro que sempre tinha que ter um intervalo pro rango. Adorei descobrir que ela tem alma de gordinha como eu - com a diferença é que eu sou, de fato, e ela continua magra não importa o que aconteça. Mundo cruel! Lá vão as iguarias que degustamos nas andanças...:
Sorvete mexicano frito com coquetel de frutas
Roulle de boeuf - o bom e velho bife à rolê
Torta de maçã
No final do segundo dia, íamos encontrar uns amigos dela no Museu de Arte Moderna, que é onde uma das amigas trabalha. Gente, eu tentei. Eu tentei fazer pose e parecer inspirada, mas alguém me explica o que é isso?


Eu admiro arte, mas pra mim tem que ser 2+2=4. Essas coisas que exigem muita alucinação e transcedência pra entender são difíceis demais pra mim... Ainda assim, valeu! Até porque o museu é lindo, e a construção moderna é integrada às ruínas - e as misturas de contemporâneo e antigo (nesse caso, medieval!) realmente me conquistam facinho.


Íamos encontrar os amigos de Isy às 18h, e acabamos ficando direto do passeio do dia inteiro. Mortas e torradas de sol, resolvemos procurar uma sombra e comer uma Nutella porque ninguém é de ferro. Faltavam ainda 1 hora e meia pro encontro quando nos sentamos, e por um momento lamentamos termos planejado meio mal. Mas o fato é que o tempo voou! Fizemos nosso pique-nique chocólatra no meio das ruínas (e carinhosamente o apelidamos de pique-nique arruinado) e depois iniciamos uma sessão digna de modelos das mais renomadas passarelas: nos maquiamos, mudamos o look dos cabelos (ela que fez o meu! Amei!) e entupimos o cartão de memória da câmera com fotos nossas. Isso regado a muitos risos e conversas sobre todas as coisas do mundo. Não vou e nem quero esquecer do mais incrível pique-nique arruinado entre uma brasileira e uma luxemburguesa que se conheceram em Londres. Sério, essas coisas lindas são verdadeiros presentes de Deus pra mim!

 

Aliás, presente também foi a generosidade de Amy, amiga americana de Isy, que me recebeu na sua casa por uma noite. Fiquei encantada com a hospitalidade da família e ganhei uma nova amizade!


A noite do segundo dia eu passei em um albergue mesmo. Fora o fato de que meus 4 companheiros de quarto dormiam de cueca - e o que estava no beliche exatamente de frente pra minha cama, em cima, era mais lindo do que meu nível de concentração podia suportar -, foi tudo bem. Se acalmem, pai e mãe. Não ataquei ninguém e ninguém me atacou. Albergue é assim mesmo, a gente nunca sabe com quem vai dividir o quarto. Mas se todos forem iguais àquele coleguinha, serei eternamente grata e jamais precisarei fazer exames de vista.

E assim foi Luxemburgo. De verdade, tem cidades que eu vou uma vez e me dou por satisfeita. Paris, por exemplo. Já fui duas vezes, mas uma teria sido suficiente. Berlim é outra, realmente não penso em voltar. Mas Luxemburgo entrou para o seleto hall de lugares pra onde eu espero um dia ir de novo. E na próxima, meu irmão não escapa de ir comigo. Foi ele quem me falou de lá pela primeira vez, afinal. Eu falava dele umas mil vezes por dia, pensando no quanto Filipe iria (vai!) amar Luxemburgo. E se você estiver lendo isso, rato, nem pense em escapar de mim!

E amanhã tem o final da jornada. Amsterdam!


Beijo e até lá ;)

13 comentários:

  1. Gostei lindinha, viajar com vc é sempre um prazer. kkkk
    Deus te abençoe.
    bjs brasileiros, potiguares e lindinhos

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  2. Agora eu também tô com vontade de visitar Luxemburgo! Aiaiai...
    Adoro seus posts!!!

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    1. Rayra, vale MUITO a pena! Fiquei apaixonada!
      Que bom que você gosta dos posts ;)

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  3. a cada post seu que eu leio, vejo mais e mais o quanto você é abençoada!! quanta coisa linda que você tá vivendo! espero passar pelas mesmas experiências magníficas no meu ano, ano que vem :')

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    1. Oi, Julia! Nossa, que coisa linda :) Me sinto mesmo muito abençoada, e espero que você tenha muitas experiências incríveis por aqui também!
      Beijos

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  4. Quanta coisa linda, Xis!
    Nossa. Amei! Esses penteados ficaram incríveis!

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    1. Poxa, nem um ciumezinho da minha amiga nova? :(

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    2. Kkkkkkkkkkkk
      Ela eh muito linda! E cuidou bem de você. Eh isso que importa.
      Amo você.

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  5. Ana, que fotos lindas. às vezes nem acredito que minha filhota querida está ai vivendo isso tudo. Que bênção de Deus. Continue assim, fazendo amigos pelo mundo e espalhando seu sorriso. Te amo muito.

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    1. Oi, maminha! Também não acredito que sou eu! Hehehe.. Às vezes eu olho as fotos e fico dizendo pra mim mesma que é verdade. Obrigada por tudo, mãe! Eu te amo

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  6. claro que eu li e claro que na próxima eu vou com você! nem venha com desculpas. <3

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