sexta-feira, 21 de junho de 2013

Planejar, não planejar

Eu adoro planejar. Mas nem tudo, nem sempre. E essa semana tive a oportunidade de viver dois momentos opostos em termos de planejamento, mas ambos muito especiais!

No post passado (ainda não leu? Ta aqui!) eu comentei sobre a manifestação que nós brasileiros fizemos aqui em Londres terça-feira, nos unindo ao grande coro que tem ido às ruas no Brasil. O evento tava marcado pra acontecer das 17h às 20h. O negócio é que eu já tinha marcado com alguns outros colegas de irmos a um Rooftop Cinema, e tivemos que sair da manifestação mais cedo pra garantirmos um bom lugar, até porque já tínhamos comprado o ingresso havia uns dias!

Confesso que fiquei meio chateada de deixar o movimento mais cedo. Saí de lá de cara feia, porque o que eu queria mesmo era continuar participando, fotografando, pegando depoimentos das pessoas. Mas mudei de ideia assim que cheguei ao local pra onde a sessão tava marcada.

Ah, deixa eu explicar! Rooftop Cinema é uma sessão de cinema no terraço de algum prédio alto - ou pelo menos maior que os outros no entorno. A ideia é ver o sol se por, admirar a vista e aproveitar um filme sob o teto mais maravilhoso que existe: o céu! Eu e mais cinco amigos compramos ingressos para assistir Juno (um dos meus filmes preferidos, de 2007), no Bussey Building. Mas não dava pra imaginar que o dia e a vista estariam tão perfeitos!



O local era super organizado! Pela disposição das cadeiras e das telas, não dava pra nenhum "cabeção" atrapalhar a visão. Eles distribuíam fones de ouvido e cobertores, e lá também dava pra comprar comida. Inclusive pipocaaaa! Aí foi demais, não me aguentei de emoção!



Foi lindo, por tudo! Pelo local em si, pelo céu e vista maravilhosos, pela pipoca, pelo filme que sempre me faz rir muito e dar uma choradinha no final.

Ok. Esse foi o momento planejado da semana. O que aconteceu ontem foi totalmente o oposto. No final da manhã, um dos colegas de intercâmbio daqui postou que a noite de 20 pra 21 de junho era o solstício de verão. O dia mais longo do ano, e também a única ocasião quando era possível chegar até as pedras de Stonehenge - que fica a cerca de 1h30 daqui.

Depois de passarmos umas boas horas quebrando a cabeça sobre o melhor jeito de chegar lá, pouco depois das 15h resolvemos que o melhor jeito era alugar dois carros (já que iriam 10 pessoas). O pôr-do-sol estava previsto para pouco antes das 22h, mas a sugestão era que a gente chegasse às 19h pra ver o dia cair. Ok. Nos arrumamos voando, saímos às 16h para uma locadora sem termos reservas para os carros, e depois de muita conversa e burocracia, finalmente conseguimos sair! Eram quase 18h quando pegamos os carros.

Compramos uns ranguinhos e pé na estrada! Mais um detalhe: ninguém sabia como chegar lá. Fomos contado com os GPS nos celulares e as placas de trânsito. E preciso dizer com uma pitadinha de orgulho que o grupo do carro onde eu estava não se perdeu nem uma vezinha! Aêeeee \o/ Chegamos lá pouco depois das 20h, e tinha muita, MUITA gente. E gente de um tipo bem particular, pra falar a verdade. Acho que todas as representações mentais que vinham à minha cabeça quando eu pensava em Woodstock, anos 70, se materializaram ali. Era a maior concentração de gente paz e amor que eu já vi na minha vida! E eu não estou falando só de calças de boca larga e cabelão... o buraco era mais embaixo!




E gente, que lugar lindo! Eu realmente esperava que fosse maior, mas ainda assim fiquei impressionada com a beleza de Stonehenge, que fica maior ainda com o mistério de como aquelas pedras chegaram lá, por que foram dispostas daquele jeito e quem foram os autores da obra. Me senti muito privilegiada de poder estar ali ainda mais em um momento tão único! Ah, e o pôr-do-sol foi maravilhoso também!






Foi anoitecendo e o frio chegou com tudo. No auge da preparação, eu estava com um casaco apenas, tênis e um short com meia-calça. Eu sei, burra demais. Fora isso levei um paninho pra colocar na grama e um travesseirinho de viagem. Aliás, eu já falei que a ideia era passar a noite lá e ver o sol nascer? Pois éeeee, minha gente... Mas dormir era com certeza uma tarefa impossível. Não só por causa do frio, mas principalmente porque os amigos hippongas batucaram a noite inteira. Sem brincadeira. Não tivemos um segundo de silêncio sequer! Mas isso aqui ta longe de ser uma reclamação. Na única noite do ano em que se pode chegar nas pedras de Stonehenge e no único momento em 365 dias quando a primavera se torna verão, dormir é a última coisa que você realmente quer, né?





Então qual é a solução pra acabar com frio e espantar o sono? Cantar e dançar, claro! Fizemos uma sessão de cantoria de clássicos brasileiros como Baba baby, de Kelly Key; No dia em que eu saí de casa, de Zezé di Camargo e Luciano; Quatro estações, de Sandy e Junior, e muitos outros que representaram muito bem o cenário musical do nosso país! Quando o repertório acabou, resolvi fazer bom uso da batucada hipponga e inventar algumas danças que deixariam o Balé Bolshoi com a cara no chão!


Durante a noite, tive contato com algumas figuras bem excepcionais mesmo. Tipo o menino que sentou ao meu lado e perguntou se eu estava vendo pandas voadores. Não perdi a oportunidade, né? Então você também consegue ver? - eu disse. Pensei que eu fosse a única! Mas quem roubou toda a atenção mesmo foi o sol, minha gente. Simplesmente porque... porque ele... não apareceu. Pessoas viajam de todos os cantos do Reino Unido (e até de outros países) pra assistirem o primeiro nascer do sol de verão em Stonehenge - que tava marcado pra acontecer às 3:30 da manhã. Mas você acha que ele se abalou por isso? Nada! Nem deu o ar de sua graça!

Como aqui é bem nublado, tem muitos dias em que o céu simplesmente vai clareando, sem que seja possível ver o sol. E esse solstício de verão foi exatamente assim. Sergio Malandro ficaria orgulhoso da pegadinha que o astro-rei jogou em todo mundo. Ainda assim, valeu muito a pena não dormir pra esperar o sol que não veio!

Saímos de lá depois das 6h e chegamos em Londres perto das 9h. O trânsito tava bem cheio a começar do estacionamento! Aproveitei a manhã e a tarde inteiras pra colocar o sono em dia :D

Stonehenge e o Rooftop Cinema são mais alguns momentos pra colocar na caixinha eterna de boas recordações do melhor ano de minha vida!

Beijo, gente! E bom fim de semana pra vocês :)

10 comentários:

  1. Lindinha, esse seu intercâmbio é show, tem de tudo, kkkkkkkkk
    Deus te abençoe.
    bjs brasileiros, potiguares e lindinhos

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    1. Pois é, lindinha! Tem de tudo mesmo!
      Acho que é por isso que ele é tão especial...
      beijooo!

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  2. Nossa, que passeios maravilhosos!
    E que cinema espetacular *-*
    Peguei as dicas, é claro!
    Obrigado!

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  3. que delícia! quer dizer então que só se pode chegar perto das pedras nesse exato dia? você acabou me salvando de uma cilada então, já sei o dia que tenho que ir la :D

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    1. Oi, Julia!
      Então, só nesse dia é que se pode andar fora do caminhozinho que tem ao redor das pedras.. então dá pra tocar, sentar, enfim.. nos outros dias tem que ficar a uma certa distância ;)

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  4. Muito lindo o seu blog, seus registros, suas historias... <3
    Inspirador!

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    1. Oi, Stephania \o/ Que bom que você gostou do blog!
      Beijo e volte sempre

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  5. Ana, amei esse cinema! Realmente a terra de Beth é linda.
    O que vc acha do ciencia sem fronteiras na Hungria? Acho que é um lugar bacana de morar? O que achou de lá quando passou por lá? Ahhh disponibiliza seus ultimos videos para celular!!! :) :) :) e como esta na terra de Beth?

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    1. Oii, Isabelle! Que bom que você também acha a terra de Beth incrível!
      Bom, gostei muito de visitar a Hungria.. Budapeste é linda, e como turista não tenho do que reclamar! Mas morar e estudar é outra coisa, né? Não sei realmente como seria... Visivelmente, o país tem muito menos recursos do que o Reino Unido, mas talvez o nível de educação seja legal!
      Os últimos vídeos que eu postei não davam pra ver pelo celular porque tinham músicas, e quando o Youtube reconhece direitos autorais não dá pra ver por celular/tablet :/ chatão, né?
      Beijos

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