sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Sobre auxílios IV: para deslocamento

PARA TUDO!!!

Antes de começar este post oficialmente... quero compartilhar um susto e uma grande alegria que tive esta manhã, ao entrar no blog e ver que ele passou das 100.000 visualizações! GENTEEEEE!!! Só ontem foram quase 1.100! Fiquei um tempão olhando a barrinha da estatística sem acreditar. Minha nossa. Sei que tem gente com blogs bem mais legais e acessados do que o Na Terra de Beth, mas fico realmente feliz com esse desempenho - e pensar que minha pretensão inicial era só manter os amigos e a família informados! Obrigada mesmo, gente. Cem mil trezentas e setenta vezes obrigada :D


Agora sim :) Hora do quarto e último post da série sobre os auxílios concedidos pelo Ciência sem Fronteiras para os bolsistas do programa. Começamos com o seguro-saúde, depois o de instalação, material didático, e finalmente o de deslocamento agora. 
 
***

Nome:
Auxílio Deslocamento

Valor e concessão:
O valor do auxílio deslocamento varia de acordo com o continente para onde você conseguiu a bolsa. Esse auxílio é repassado duas vezes: a primeira é antes da viagem. O valor é depositado na conta que você fornecer ao CNPq/CAPES quando você ainda estiver no Brasil. Para a volta, a segunda parcela vem junto com as últimas mensalidades da bolsa. E atenção aqui! Para alguns editais, é preciso fazer o requerimento desse segundo repasse pelo menos 30 dias antes da sua data de retorno. Em outros casos, o valor vem automaticamente junto com suas últimas mensalidades. Se informe no seu edital quanto a isso. Abaixo está a tabela de valores, de acordo com o site do Ciência sem Fronteiras, consultado em 6 de setembro de 2013 - lembrando não é metade na ida e metade na volta. É a totalidade desse valor repassada duas vezes. (clique na imagem para aumentar):


Finalidade:
O auxílio deslocamento deve ser usado para a compra de passagens por qualquer meio de transporte para te levar até a cidade onde você irá morar e estudar. Ele não se resume a comprar passagens de avião. Até porque, dependendo da localidade, você vai precisar pegar trens, ônibus ou outros meios para chegar na sua nova casa.

Prestação de contas:
A escolha da companhia aérea e da rota é totalmente ao ser critério, mas você vai precisar comprovar a compra de uma passagem que te leve diretamente ao país de destino, isto é, sem conexões longas que o CNPq ou a CAPES possam consideram como viagem de turismo - nesse caso, você precisaria ressarcir o valor ao órgão de fomento! Explicando melhor: você pode fazer (e provavelmente fará) escalas e/ou conexões nacionais e internacionais para chegar até seu destino, mas as paradas não podem ser prolongadas de propósito. Acho que vai dar pra entender melhor quando você ler a minha experiência, aí embaixo :) Essa prestação de contas é feita via email, enviando para o CNPq ou a CAPES o canhoto do seu cartão de embarque usado (aquela parte menor que fica com você). Para isso, você deve escanear (ou fotografar, contanto que esteja bem legível) o cartão e enviar pela plataforma que o programa fornecer. Por favor, cuidem desse cartão de embarque como se fosse o próprio filho de vocês. Ele geralmente é pequeno e fácil de perder, mas caso isso aconteça você vai literalmente ter que dançar o samba do crioulo doido pra conseguir uma comprovação de embarque junto à companhia aérea. Ou isso, ou restituir ao programa o valor da passagem. Ninguém quer arriscar, né? E sobre a volta, a informação que eu tenho é que não precisa enviar comprovante nenhum. Realmente não confirmei isso ainda, mas devo fazer isso em breve e repasso o que eu souber pra vocês.

Minha experiência:
É só falar que eu vou pisar na Europa que eu já abro um sorrisão no rosto. Tendo família morando na Suíça, antes de me informar sobre a necessidade de prestar contas sobre a compra da passagem aérea, minha ideia era ir passar uns diazinhos por lá. Quando soube que teria que enviar o cartão de embarque, mudei de plano: como uma das minhas opções de voo faria escala em Lisboa, pensei em passar um ou dois dias com amigos que tenho em Portugal.

Na época que fui comprar minhas passagens, vários alunos estavam com planos parecidos. Alguns pra ver amigos e família, alguns pra passear mesmo. Mas bolsistas que já estavam no programa disseram pra gente que não era possível fazer conexões ou paradas prolongadas e propositais (de mais de um dia) em algum outro país. Mandamos email para o atendimento do CNPq e eu inclusive liguei, e eles confirmaram a informação: as passagens têm que ser o mais diretas possíveis.

Muita gente estava confusa em relação a escalas e conexões - algumas pessoas não sabiam a diferença entre elas ou como isso poderia interferir na comprovação para o programa. Então vamos lá: escala é uma parada em um aeroporto onde passageiros podem desembarcar e outros novos embarcarem. É comum, por exemplo, quando viajo de Natal para o Rio de Janeiro, precisar parar em Recife ou Salvador. Nesse caso, eu não desço do avião - já que nenhuma dessas cidades é meu destino final. Uma conexão demanda que você faça uma troca de avião, logo, é preciso passar por dentro do aeroporto. Da primeira vez que viajei para a Suíça, por exemplo, precisei parar em Lisboa. Desci do avião, entrei no aeroporto e fui para outro portão de embarque para o segundo trecho. Mesmo com essa parada, eu só paguei por uma passagem e recolhi minha bagagem apenas ao chegar no destino final (apesar de que, dependendo do trecho e da companhia aérea, você possa precisar pegar suas malas durante a conexão e despachar no guichê do aeroporto onde você está fazendo a conexão).

Desculpe se essa informação é redundante ou desnecessária para a maioria de vocês, mas é que realmente isso gera bastante dúvida. Ainda sobre esse mesmo tema, lembre-se que o ideal é comprar o trecho total por uma só companhia ou agência. Além de ser bem mais barato, as opções de horário geralmente são melhores.

A passagem mais barata que encontrei foi saindo de Recife e fazendo conexão em Frankfurt (Alemanha) para depois chegar até Londres. Minha conexão durou poucas horas, por isso eu nem saí do aeroporto. E atenção aqui: lembre-se que sair de um aeroporto em outro país significa passar por todo o processo com a polícia de imigração. Isso quer dizer filas geralmente gigantescas para apresentar seu passaporte. Quando as conexões são curtas, não é aconselhado sair do aeroporto. Você pode acabar perdendo seu voo para o destino final. Abaixo estão os cartões de embarque que eu enviei pro CNPq comprovando que vim direto para Londres - sem parada de "turismo".


Comprei pela companhia aérea Condor. Nunca tinha viajado por ela antes, e contei minha experiência toda neste post. Se não me engano, a passagem custou algo em torno de R$2.700. Comprei apenas o trecho de ida porque as passagens aéreas de volta geralmente expiram se você não usar dentro inferior a 365 dias da ida (essa informação sobre o número de dias não está exata, mas é com certeza algo em torno disso!). Como minha ideia era (e é!!!) ficar no Reino Unido e na Europa o máximo que eu puder, pra mim não valia a pena comprar os dois trechos de uma vez. Muita gente, entretanto, tem feito isso e simplesmente embolsado a segunda parcela que o CNPq fornece. Não há nenhuma informação oficial que diga que não é permitido fazer isso, mas certamente não vai ser o meu caso :D

***

Bom, gente, acaba aqui a série sobre os auxílios então! Espero que tenha ajudado a responder algumas perguntas de vocês. Como um "disclaimer", quero lembrar que os posts são baseados na minha experiência pessoal e nas regras do programa da época em que eu consegui a bolsa, além de consultas a documentos oficiais. O ideal mesmo é sempre se certificar de tudo, consultando sempre o edital e as cartilhas do CNPq e da CAPES, além do site do Ciência sem Fronteiras.

E, qualquer coisa, no que eu puder ajudar, é só mandar as dúvidas pelo http://ask.fm/naterradebeth!

Abração e até mais!

5 comentários:

  1. Você é de Natal? Olha só, se for é incrível. A cidade é um ovo e só fui saber desse blog por causa do seu post no grupo do CsF UK. Olha, toda a ajuda que você está dando com esse blog não é pequena. Obrigada por compartilhar tudo! =)

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  2. Ana, teria como você falar um pouco de celulares, operadoras e tal? Porque estou perdida se compro um aqui ou aí :/ Não sei se você já postou algo sobre o assunto, mas acho que não porque já li seu blog inteiro :) Valeu!

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  3. Acho incrível o blog, parabéns!
    Queria saber um pouco sobre as datas de ida do programa, se dá pra ir antes ou tem algum problema com a comprovação.
    Vou em janeiro agora, e estou bem ansiosa pra comprar a passagem!
    Obrigada!

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  4. Ana, estou indo para Londres agora em janeiro pelo Csf. Ao ler seu post sobre o Auxílio Deslocamento, fiquei com a seguinte dúvida: após a compra da passagem, o dinheiro restante pode ser usado livremente?

    Obrigado desde já pela ajuda,
    José Troccoli

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  5. Muito obrigada pela informação, procurei muito ela pelos blogs e grupos do facebook, mas não havia achado em lugar nenhum!

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