quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Desenterrando Setembro

Numa vagarosidade nunca antes vista na história da humanidade... enfim fiz o vídeo 9!

Espero que gostem ;)


terça-feira, 8 de outubro de 2013

Dinheiro na mão...

...é vendaval.

Paulinho da Viola tem toda a razão. Coisa difícil é controlar dinheiro! Não sou a mestre da economia, mas ultimamente mais e mais pessoas têm me perguntado o que eu faço pra controlar meus gastos. Alguns até pedem informações bem específicas - e por mais que eu esteja completamente à disposição pra dar dicas e valores gerais, não estou mesmo disposta a revelar os dígitos em si. Não me levem a mal, mas é que algumas coisas têm que ficar só pra gente, né? Enfim, vamos ao que interessa.

Comecei a trabalhar aos 14 anos - uma vez por semana apenas, mas pra mim era trabalho! Inicialmente eu recebia o pagamento ao final de cada dia, e depois passei a ganhar por mês. Desse tempo pra cá, me lembro de uma vez em que perdi o prumo. O dinheiro da minha conta ia só diminuindo, e eu não sabia por quê. Não conseguia me lembrar de alguma compra que pudesse ter feito meu dinheiro ir pelo ralo daquele jeito. Comecei a suspeitar de que alguém tivesse clonado o cartão. O que eu ganhava era bem pouquinho, na verdade, mas dinheiro é dinheiro, né? Finalmente, pedi pra papai tirar um extrato detalhado pra mim. Quando ele chegou, colocou o papel em cima da mesa, e disse:

- Eu realmente não tenho ideia do que houve... dá aí uma olhadinha!

E adivinhem só? No extrato, uma lista interminável de compras de casquinhas de sorvete do Bob's. Eu estudava na frente de um shopping, e sempre que podia dava uma escapada pra comer alguma coisa! De R$1,50 em R$1,50, eu empobreci naquele mês. E basicamente, é assim que eu sou mesmo: amarrada pra comprar qualquer coisa, menos comida. Na época do incidente das casquinhas, eu tinha uns 16 anos, e esse foi a primeira e única vez que meu dinheiro "sumiu" e eu não sabia para onde.

Desde que comecei a trabalhar, eu sempre gostei de fazer planejamento financeiro. Se você abrir qualquer caderno meu - seja da matéria que for - vai sempre encontrar uma infinidade de folhinhas e rabiscos sobre o quanto eu tenho, o quando vai pra isso ou praquilo. E isso não foi algo que meus pais me ensinaram (pelo menos não conscientemente). Essa coisa de ter que rabiscar papel pra organizar minhas contas é bem pessoal mesma. E daqui que eu começo as minhas dicas mais práticas.

***

- Regra de três
Eu tenho sempre três orçamentos: um mensal, um diário e um de supermercado. O mensal inclui os gastos fixos, como transporte e telefonia (no meu caso, também o dízimo), e é sempre o primeiro que eu faço. Essa budget raramente varia de mês para mês, e esse é o dinheiro que eu sei que eu preciso ter independente de qualquer coisa!

O orçamento de supermercado é o que eu uso pra fazer compras de produtos mais duráveis, como macarrão, arroz, molhos e temperos, manteiga, óleo, cereais, geleias, etc., produtos de limpeza e higiene pessoal e a primeira compra do mês de carne. São geralmente coisas que eu consigo usar durante um mês inteiro, muitas vezes mais! Essa budget quase nunca passa das £50.

O orçamento diário é quanto eu me permito gastar por dia. Isso, aliás, é algo que eu já fazia há alguns anos no Brasil. Aqui, meu "teto" para mim mesma são £10 por dia. Andar com notas pequenas, de 10 ou 20, ajuda muito a controlar isso! Mas lembrando, esse é o meu limite - isso não significa que todos os dias eu gaste £10. É bem raro isso acontecer, aliás. Vou dar mais detalhes ali embaixo, na parte do Calendário. Esse dinheiro é pra comprar o que eu quiser e os produtos perecíveis também. Por exemplo: ontem fui ao mercado com meu teto do dia comprar apenas verduras, legumes, frutas e sucos. Quando vou comprar carne, é esse dinheiro que uso também (geralmente, 3 bandeijas de cortes de carne/frango, totalizando mais ou menos 800g, custam £10 se compradas juntas em promoção).


- Prioridades no lugar
Dizer isso deveria ser totalmente desnecessário e repetitivo, mas é incrível a quantidade de gente que, por nunca ter morado longe dos pais, não sabe o que são prioridades. Já vi muitas geladeiras lotadas de cerveja mas nada de comida, ou gente viajando pra lá e pra cá e depois sem dinheiro pra se locomover na cidade onde morar. Isso não é ser vida-loka-maneiro-curtição-total. Isso é irresponsabilidade. Seu futuro precisa de você bem de saúde e maduro, então não comprometa o dinheiro que deve ser destinado às necessidades básicas. 


- O tal do DIY
Quando você encontrar aqui no Reino Unido algo sendo vendido com o selo "DYI", prepare-se para colocar a mão na massa. A sigla significa Do it yourself, ou Faça você mesmo. Apesar do termo estar mais ligado a arte e coisas de casa, eu aplico pro máximo de coisas que eu posso. Cozinho pra mim mesma praticamente todas as minhas refeições, me depilo, faço sobrancelha e unhas em casa, quando meu cabelo ta um horror eu compro os produtos e dou um jeito por mim mesma. Lembre-se que tudo que é pronto é mais caro. E tudo que você pode fazer e é vendido como serviço também custa mais.


- Antes ou depois
Parcelar compras é a cara dos brasileiros. Mas na Europa, isso não rola. É tudo numa lapada só, como diriam na minha querida Natal. Portanto, se você quer comprar algo mais caro um pouco e que foge do seu orçamento, há duas possibilidades: juntar até comprar, ou comprar e apertar depois. Isso depende muito da sua capacidade de controlar seu próprio dinheiro. A primeira opção é sempre mais segura, mas também um exercício de ansiedade. Fora que o preço pode mudar, e se for pra mais dá vontade de voltar no tempo e ter comprado antes. A segunda opção é mais arriscada porque exige bastante controle depois, mas garante o preço e não tem o problema da espera que a primeira opção traz. Eu geralmente uso a segunda, mas porque sei que se eu disser a mim mesma que vou precisar viver com cinquenta centavos por dia, eu vou dar um jeito e vai dar certo!


- Calendário
Além dos planejamentos financeiros, eu sempre tenho milhões de calendários. Nenhum comprado. Eu gosto mesmo é de fazer à mão! Fiz esse aqui na contagem regressiva pra vir pra Londres...


...e este é o meu de outubro, que aos poucos vai sendo preenchido:


A ideia do calendário complementa muito a do orçamento diário. Vendo o que eu vou fazer e quando, eu sei se realmente preciso gastar dinheiro em determinados dias - não é sobre ter o dinheiro, mas sobre a necessidade de gastar. Exemplo: na segunda, dia 14, é aniversário de uma amiga minha, e provavelmente sairemos pra comemorar. Já sei que, nos dias 12 e 13, o ideal é que eu não gaste nada. Dessa forma, quando for sair no dia 14, minha budget diária será £30, em vez de £10. 

Ah! E tem uma coisa! Sair não é sinônimo de gastar dinheiro! Pra mim, é crucial evitar estar na rua em horários de refeições, porque a tentação é grande... Tendo seu transporte garantido (...porque isso é prioridade!) é possível sair e se divertir bastante sem gastar absolutamente nada! Londres tem uma infinidade de atrações gratuitas ;)


- Diversificando
Faço minhas compras em 5 supermercados diferentes. Não estou brincando! Vou ao Asda, ao Tesco, ao Sainsbury's, à Pondland e à Iceland caçar itens diversos. Frutas/verduras? Asda. Carnes? Sainsbury's. Laticínios? Tesco. Ovos? Poundland. Comida de emergência (aquela lasanha que salva vidas de vez em quando)? Iceland. Além de adorar ver supermercados diferentes, é incrível o quanto dá pra economizar quando não compra tudo em um lugar só! O que em alguns lugares é mais caro, em outros vale muito mais a pena. [E se você vem pro Reino Unido, uma dica: passe longe sequer da porta do Waitrose. É ridiculamente caro.]


- Regra do dia seguinte
Essa regra eu também tenho seguido há um tempo, e aplicado não só para as finanças. Mas no caso do dinheiro, é o seguinte: sempre que eu quero comprar algo que sai do meu orçamento, eu falo pra mim mesma "eu volto amanhã" e saio da loja/site. Esse tempo me permite processar se eu realmente preciso e se vale a pena comprar o que vi. Na maioria das vezes, no dia seguinte eu simplesmente não volto - e depois nunca me faz falta. Quando a gente vê alguma coisa pela qual se interessa, é difícil ponderar na hora. Por isso o melhor é deixar pra depois.

***

Lendo isso, você deve achar que eu levo uma vida chatíssima. Mas a realidade é que eu nem me dou conta das minhas contas - de tão natural que isso é pra mim. Acho que ter conseguido visitar 15 países em 9 meses prova que o método dá certo, né?

Finalmente, se você é ou vai ser bolsista do programa e ta lendo esse post, quero te encorajar a resistir à tentação de pedir um SOS à família. O dinheiro que o governo dá não é um valor arbitrário. Você não vai passar fome nem frio, e também não vai deixar de sair e se divertir se usar o recurso com consciência. É claro que emergências podem acontecer - um celular roubado, um problema no cartão... - mas ficar na aba de Dilma e não soltar a barra da saia de papai/mamãe não rola. Até porque um dos grandes aprendizados em experiências como o Ciência sem Fronteiras é dar conta da sua vida financeira por si só.

Enfim... o post ta parecendo uma enciclopédia, de tão grande, mas espero que ajude vocês ;)

Um beijo e até a próxima!


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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Desejos antigos, realizações novas

Oi, brasileiros!!!

Outubro chegooooooou, minha gente! Mês 10! O que é isso, planeta Terraaaa? Ta girando rápido demais, viu? Pode parar!

Dei aquela sumidinha de novo, né? Hehehe... não vou nem me desculpar, porque não adianta. Eu sempre acabo desaparecendo um pouquinho. Tem 43 perguntas aguardando minha boa vontade no ask.fm. Ai, minha gente, que preguiçaaaaa! Juro que eu chego lá, ta? Mas enfim. Há uns dias eu tava meio pra baixo por pensar que em menos de três meses eu vou estar voando de volta pro Brasil. Pensar no que me espera lá nem sempre é bom, mas tenho tentado ser positiva e olhar para as coisas legais, como...

estar com o quinteto Augusto completo...

ir à praia...

comer guloseimas do papai...

rever amigos...

paparicar meu filhote...

Eu geralmente sou bem otimista, mas o esforço está grande pra eu conseguir concentrar nesses lados bons do retorno. De qualquer forma, to tentando! E na maioria das vezes dá certo mesmo! Algo que tem me ajudado muito também é colocar em prática todos os projetos que eu quis começar aqui em Londres. Alguns são mudanças de hábitos, outros são realizações de vontade. De pouquinho a pouquinho, vou riscando coisas do meu checklist! E lá vão algumas que fiz ultimamente...

✓ Tomar um chá da tarde tradicional
Luxo não é pra mim. E se eu já sabia disso antes, ficou bem visível ao entrar num hotel da rede Hilton pra tomar um chá da tarde com minha amigona Sarah - que também não é fã de chiquezas. Mas geeeente, que experiência legal! Nos vestimos "nos truques", e quem nos recebeu no hotel certamente nem desconfiou que acabávamos de chegar de um metrô lotado. Tinha comprado o ticket numa oferta do Time Out (tava um descontão!), e não tive nenhum problema pra reservar a ida. Era muito fineza, a começar da taça de champanhe que nos serviram assim logo de cara! MINHA GENTE, FOI MEU PRIMEIRO CHAMPANHEEEE! Bolinhos, pãezinhos, chazinhos... tudo maravilhoso! Não é programa pra todo dia, mas uma vez ou outra não faz mal. Aliás, o que seria morar um ano em Londres sem tomar um típico chá da tarde? Pena que não foi às 17h... mas ta valendo, né?
Parabéns pra mim, que não tirei nenhuma foto da minha roupa de frente.
Mas eu usei SALTO! E isso pra mim já é ser suficientemente chique.
✓ Ver a London Bridge à noite
Eu já tinha visto essa lindeza durante o dia e no final da tarde... mas a noite, a London Bridge fica mais que espetacular! Pretendo voltar muitas e muitas vezes pra ver essas luzes maravilhosas iluminando minha ponte favorita. É claro que a companhia fez diferença também! Obrigada, Kah!

✓ Ir no "brinquedo" da London Eye
Por trás da London Eye, aquela roda gigante bem famosa, tem um brinquedo tipo de parque de diversões. Ele é bem alto, e consiste de umas cabines suspensas que vão girando até chegar ao topo. Que delícia sentir esse friozinho(zão!) na barriga. Não vou mentir: eu e Cintia, minha prima, quase perdemos as gargantas de tanto gritar. Mas foi muito legal mesmo! E a vista, é claro, é impecável.

✓ Voltar ao Science Museum
Eu tinha estado no Museu da Ciência no ano passado, como blogueira da Samsung, e desde que cheguei tava querendo ir lá de novo! Dessa vez, com meu amigo estudante de física me visitando, não teve pra onde fugir!
Ano passado...

✓ Fazer uma loucurinha no cabelo
No Brasil, eu trabalhava como repórter e apresentadora de televisão. Comecei bem cedo, aos 14 anos. Isso significa que não tive muito tempo pra fazer doidices no cabelo, como eu sempre queria. Já pintei de vermelho, de preto e milhões de tons misturados - mas todos dentro da normalidade para a televisão. Por que só agora eu percebi que, depois de 6 anos, eu posso fazer o que eu quiser no meu cabelo? Literalmente, o que eu quiser! Daí eu resolvi começar por um começo simples... mas pretendo evoluir na transformação (quase um Pokémon!).

E já que eu citei todos os amigos que vieram me ver aqui, um "ciao" pro Marco, que veio de Milão!

Aaaaahhh! Faltou dizer que eu comecei a estudar alemão também! Não consegui entrar no curso aqui da universidade mesmo, mas vamos testar meu autodidatismo e ver até onde isso vai! O desejo era antigo... Provavelmente, mais um item será riscado da lista amanhã. Eu, a dona bafolinha, vou entrar na academia. Sim, pela milésima vez na minha vida, mas pela primeira vez em Londres! E além disso, não é pra malhar não :) Vou começar zumba, ioga e pilates. Não sei quanto tempo vai durar, mas o negócio é que estou animadíssima e não vou perder esse embalo de jeito nenhum! [será?]

Claro que tem vários outros itens que não citei ainda, mas alguma sugestão para minha lista?

Beijos e até a próxima, gente \o/